Jobim descarta russos na licitação de caças da FAB

MInistro diz que disputa não voltou à estaca zero e afirma que decisão sai ainda este ano
 

Rafael Galdo - O Globo
 
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem no Rio não haver qualquer deliberação no governo da presidente Dilma Rousseff para suspender o processo de escolha dos caças da Força Aérea Brasileira (FAB) e abrir uma nova disputa, ampliando o leque de concorrentes. E descartou a participação da Rússia. Segundo Jobim, as mesmas empresas habilitadas antes são as que continuam no páreo para fornecer os aviões.

 
Assim, afirmou o ministro, seguem na disputa a norte-americana Boeing, que produz o F-18; a sueca Saab, do Gripen; e a francesa Dassault, do Rafale. Ficaria de fora a russa Sukhoi, que fabrica o Su-35. A decisão, no entanto, não deve sair a curto prazo. Segundo Jobim, a demora se deve ao cenário conturbado causado pelas tragédias das chuvas no país:

 
- Os russos foram desclassificados lá atrás, no início do processo. Esperamos que saia uma definição (sobre a compra dos caças) até este ano. Agora não é o momento. Estamos numa situação, digamos, de emergências, de chuvas, desastres aqui e acolá. Não é o momento de tomar esse tipo de decisão, porque tem tempo para tomá-la.

 
O ministro chamou de "balbúrdia" as especulações sobre a entrada de outras empresas na disputa. E negou que haja irritação do governo com o presidente da França, Nicolas Sarkozy - que atuou a favor da compra dos caças Rafale -, devido a posições divergentes sobre o Irã:

 
- Não tem nada disso. Existe toda uma, digamos, balbúrdia. E claro que essa balbúrdia que está sendo criada vem de lobby das empresas não concorrentes, mas que estão tentando entrar no processo. Não vai acontecer nada disso.


Jobim comentou ainda a possibilidade de cinco guerrilheiros do Araguaia, considerados oficialmente desaparecidos políticos, estarem vivos.

 
- Mandamos examinar o assunto. Acredito que não há possibilidade alguma de que isso seja verdadeiro. Mas o requerimento não foi iniciativa do Ministério da Defesa, foi dos interessados: familiares que estavam participando como assessores independentes de um grupo de trabalho - disse.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem