França ataca casa de líder marfinense que se recusa a deixar o poder

Laurent Gbagbo permanece encurralado em fortaleza dentro de sua casa em Abidjã
 
Do R7, com agências internacionais


Helicópteros franceses atacaram a área em torno da residência de Laurent Gbagbo na principal cidade da Costa do Marfim, nesta sexta-feira (8), horas após a casa do embaixador francês ter sido atacada, disseram duas testemunhas à agência de notícias Reuters.


As testemunhas disseram ter visto helicópteros franceses e ouviram explosões em Cocody, um bairro de classe alta em Abidjã, onde ficam a residência de Gbagbo e o local de moradia do embaixador da França na Costa do Marfim.

Gbagbo está isolado em sua casa atrás de um bloqueio imposto pelas forças de Alassane Ouattara, que venceu a eleição presidencial de novembro do ano passado, segundo resultados certificados pela ONU. Já o líder marfinense se recusa a deixar o poder.

Segundo a embaixada francesa, em comunicado, o ataque desta sexta é o segundo "em menos de 48 horas", completou. Nesta quarta-feira (6) à noite, a residência do embaixador da França foi atacada pelas tropas pró-Gbagbo enquanto forças francesas resgatavam o embaixador do Japão, cuja residência é próxima à francesa.

- A França lembra que segundo a resolução 1975 do Conselho de Segurança da ONU, as forças da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (Onuci) e a francesa Licorne têm direito de fazer uso de seu mandato para prevenir a utilização de armas pesadas por todas as partes em conflito.

Já a União Europeia anunciou nesta sexta-feira a decisão de cancelar as sanções que havia imposto a dois grandes portos na Costa do Marfim, Abidjã e San Pedro, que afetavam várias empresas ligadas ao setor de cacau.

Discurso de presidente eleito acalma população

O discurso que o presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, comandou na noite desta quinta-feira (7) ao povo marfinense serviu para relaxar a situação dramática vivida nas últimas semanas na capital econômica do país, Abidjã, onde hoje só se escutam disparos esporádicos.

O governo francês considerou, por meio de seu Ministério de Relações Exteriores, que a "era (Laurent) Gbagbo está encerrada”. Um porta-voz do Ministério declarou que o chanceler Alain Juppé falou com Ouattara, a quem comunicou que a França apoia "as medidas que anunciou para começar com a reconstrução do país".

A França mostrou seu apoio aos principais pontos anunciados por Ouattara em seu discurso: o restabelecimento da ordem pública, especialmente em Abidjã, seu "firme compromisso" na luta contra a impunidade das violações dos direitos humanos e a "determinação" na reconciliação e a união nacional.

O ministro da França, ex-metrópole e parte ativa nas negociações entre os grupos de Ouattara e do presidente em fim de mandato, assegurou na quinta-feira que a queda de Gbagbo é "irremediável" e ocorrerá "nas próximas horas ou nos próximos dias".

A atual crise marfinense começou depois do segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de novembro do ano passado, quando Laurent Gbagbo, presidente da Costa do Marfim desde 2000, se negou a admitir sua derrota frente a Ouattara e a ceder-lhe o poder, apesar da forte pressão internacional para que deixasse a presidência.

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