Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas completa um ano de atuação

Criado para impulsionar as Forças Armadas rumo à interoperabilidade, órgão coordenou ações de vigilância, segurança e humanitárias

Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa


Brasília, 25/08/2011 – Na Operação Ágata 1, que se encerrou no último dia 19, pistas de pouso clandestinas foram localizadas na região em torno de Tabatinga (AM) a partir de imagens realizadas por satélite do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). Aviões de alerta antecipado e de inteligência eletrônica monitoraram a movimentação de aeronaves de pequeno porte e de embarcações ao longo dos rios. Veículos aéreos não-tripulados (Vants) acompanharam atividades suspeitas. As informações obtidas foram compartilhadas com as autoridades colombianas, dentro dos mecanismos previstos no acordo que criou a Comissão Binacional Fronteiriça (Combifron), firmado no início do mês.

Em 1986, em um dos primeiros exercícios conjuntos entre o Exército e a Força Aérea Brasileira (FAB), no Rio Grande do Sul, viaturas equipadas com rádio das duas forças trabalharam lado a lado. Os equipamentos não conversavam entre si e os pedidos de apoio aéreo eram encaminhados por mensageiros, para serem retransmitidos aos pilotos. O mesmo mecanismo foi empregado para transmitir as informações recolhidas pelos aviões de reconhecimento e de observação aos oficiais da força terrestre. O avanço obtido é um bom exemplo do impacto da criação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), que hoje comemora seu primeiro aniversário.

Para o ministro da Defesa, Celso Amorim, o EMCFA exerce papel fundamental na execução da Estratégia Nacional de Defesa. “É dele que parte o aprimoramento da capacidade de operação conjunta entre Marinha, Exército e Aeronáutica, a racionalização de processos e programas e o robustecimento da supervisão do Ministério da Defesa sobre as políticas setoriais das forças”, declarou.

Segundo o general-de-exército José Carlos De Nardi , chefe do órgão, “o grande desafio do EMCFA é a interoperabilidade.” Ele ressalta a velocidade do processo:
“Verificamos ganhos a cada nova operação, como agora, na Ágata 1, conduzida diretamente por nós. O comandante militar da Amazônia (CMA), general-de-exército Luís Carlos Gomes Mattos, foi nomeado pelo ministro da Defesa para coordenar as Forças e em seu Estado-Maior contava com apoio de oficiais da Marinha e da FAB. As Forças pararam de pensar de maneira individual e passaram a pensar de maneira global.”

Em sua experiência nos comandos de área do Oeste e do Sul, o general de Nardi aplicou conceitos que hoje usa em sua função. “Numa vez”, lembra, “passei o comando de uma brigada para um almirante.”

Realizações

Nesse primeiro ano de existência, o EMCFA participou de operações humanitárias em território nacional e a pedido de organismos internacionais. Coordenou a discussão doutrinária sobre as necessidades futuras de defesa do país e elaborou os requisitos operacionais conjuntos que guiam os processos de aquisição de equipamentos de uso militar para as três forças.

Atuou na vigilância de fronteiras e ofereceu apoio logístico a operações de segurança pública em situações díspares, como a ocupação do Complexo de Comunidades do Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, e nas operações Defesa da Vida — nos estados do Amazonas, Maranhão, Pará e Rondônia — e Sinop, em Mato Grosso. Ao mesmo tempo, planejou e coordenou a segurança da visita ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e dos V Jogos Mundiais Militares, realizados em julho no Rio de Janeiro.

O EMCFA coordenou o apoio aos estados atingidos pelas enchentes e enxurradas ocorridas em janeiro deste ano, apoiando a retirada de populações isoladas, participando do resgate de vítimas, coordenando a instalação de pontes móveis e de hospitais de campanha. Participou, também, do transporte de urnas eleitorais e na proteção das provas para os exames nacionais de ensino médio, Enem, e de desempenho de estudantes, Enade.

Durante o emprego de tropas federais na Operação Arcanjo, no Complexo do Alemão, coube ao EMCFA firmar convênio com o Governo do Estado do Rio de Janeiro e estabelecer as normas de conduta e as regras de engajamento. Hoje, a operação segue seu curso, empregando militares com experiência em ações internacionais de manutenção de paz. O órgão também ofereceu apoio logístico nas operações realizadas nos morros de São Carlos e da Mangueira.

Na área de operações internacionais de manutenção de paz, houve o rodízio do 12º ao 15º contingentes brasileiros no Haiti, com o incremento de mais um batalhão de infantaria, a partir do terremoto ocorrido naquele país em janeiro de 2010. Destacam-se, neste período, os trabalhos de ajuda humanitária ao povo haitiano e a realização da 2ª Assembleia Geral da Associação Latino-americana de Centros de Operações de Paz (Alcopaz), no Rio de Janeiro. Sob a presidência do Brasil, o evento contou com a participação de oficiais do Ministério da Defesa, como assessores militares dos diplomatas da Missão Permanente do Brasil junto à ONU em diversos grupos de trabalho.

Integração

Hoje, as operações militares precisam de controle em tempo real, como demonstraram as ações realizadas pela Otan sobre o Kosovo e na Líbia. Aviões, soldados, blindados e navios trabalham interligados em rede de computadores. O EMCFA encaminha a defesa brasileira para essa tendência. Devido ao incentivo às parcerias com a indústria nacional de defesa, realizaram-se testes de interoperabilidade no nível tático entre o avião de ataque A-29 Super Tucano da FAB e o software de comando e controle do Exército.

A Embraer esteve diretamente envolvida na atividade, viabilizando o teste que validou o conceito e permitiu grandes ganhos operacionais pela redução do tempo de cumprimento de missão de apoio aéreo aproximado.

Finalizou-se, também, o projeto Interoperabilidade do Sistema Militar de Comando e Controle (SISMC²), realizado pela Stefanini, sediada em Belo Horizonte (MG). A empresa desenvolveu soluções de infraestrutura de intercâmbio de serviços entre sistemas de comando e controle por meio de softwares. O projeto foi financiado por meio do programa de Subvenção Econômica à Inovação Finep-MCT e culminou com um teste real entre o Sistema de Planejamento Operacional Militar (Siplom) do MD e o Sistema C² (comunicação e controle) em Combate do Exército, ocorrido durante a Operação Conjunta Atlântico II. Por último, em janeiro de 2011, foram adquiridos 29 terminais transportáveis em banda X, aumentando consideravelmente a capacidade de comando e controle da Defesa.

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