Embraer quer vender US$ 1,5 bi para a Índia

Governo indiano vai comprar nove aeronaves para a patrulha marítima; licitação é a primeira de um pacote que chegará a US$ 20 bi até 2023.

ROBERTO GODOY - O Estado de S.Paulo

A Embraer Defesa e Segurança (EDS) está preparando a participação no processo de seleção internacional de um novo avião de patrulha marítima para a Índia. Serão comprados nove aeronaves a um custo estimado entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,5 bilhão. A empresa brasileira já é fornecedora da aviação militar indiana nessa linha de produtos, de inteligência e coleta de informações. Em dezembro de 2011 e depois disso há uma semana, no dia 4, voaram em São José dos Campos o primeiro e o segundo jatos Emb-145 na versão Aew&C - de Alerta Antecipado e Controle - de um lote de três unidades comprados pelo Ministério da Defesa da Índia. A frota completa será entregue à administração indiana até junho de 2013. A maior parte do miolo eletrônico foi contratada com a rede de fornecedores locais, do polo tecnológico de Bangalore.

O avançado radar principal, por exemplo, tem alcance na faixa de 350 a 550 quilômetros, e pode rastrear até 500 alvos simultaneamente, definindo prioridade de ataque pelo grau de ameaça. Mais que isso: cinco jatos Legacy 600 - modelos corporativos da Embraer - são utilizados pela Força Aérea em missões de transporte executivo. Um deles é usado na vigilância eletrônica de fronteiras. O governo da Índia limitou-se a anunciar o programa de aquisição dos aviões patrulheiros. Ainda não foram divulgados os termos do negócio e nem as especificações técnicas finais. O ministro da Defesa. A.K. Antony, antecipou apenas que a aeronave terá de ter alcance na faixa dos 650 quilômetros além de atuar integrada com os 12 novos Poseidon,montados sobre o Boeing-737.

Esses grandes birreatores podem cobrir até 2.2 mil quilômetros e serão recebidos entre 2013 e 2017. O valor da encomenda é avaliado em US$ 3,1 bilhão. De acordo com Antony, os negócios são etapas iniciais de um amplo projeto de proteção marítima que deve consumir US$ 20 bilhões até 2023.

Além das aeronaves serão compradas estações de sensoriamento para monitorar o espaço aéreo, a superfície e parte da lâmina de água submarina na plataforma oceânica. O país tem 7.515 quilômetros de litoral.

Produto pronto. A EDS tem um produto pronto para entrar na concorrência, o Emb-145 MP ou P-99. a denominação na FAB. A aviação naval do México usa duas aeronaves desse tipo e mais uma, de alerta antecipado. Com alcance de 3 mil quilômetros, pode ser configurado na versão exata das pretensões indianas - patrulhamento marítimo com capacidade para ações antissubmarino e antinavio.

O ministro A.K. Antony considera um fator de ameaça a presença de piratas "e a uso de oportunidade do mar territorial por grupos terroristas. A empresa está tratando de dois outros negócios novos, nas Filipinas e no Peru, ambos envolvendo o turboélice de ataque leve Super Tucano. "Vamos gastar pouco mais de US$ 150 milhões para garantir as nossas fronteiras mais sensíveis, as da Amazônia", declarou o ministro peruano da Defesa, Alberto Peñaranda. O contrato envolverá 10 aviões.

Do outro lado do mundo, o governo filipino anunciou "avançados estudos" visando a modernização da frota antiguerrilha. Estão sendo considerados o Super Tucano e o americano Hawker Beechfraft AT-6.

Equipamentos

Além das aeronaves serão compradas estações para monitorar o espaço aéreo, a superfície e parte da lâmina de água submarina na plataforma oceânica. O país tem 7.515 quilômetros de litoral.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem