Militares que moram longe de suas famílias há mais de duas décadas

Militar amazonense trabalha no Pelotão Especial de Fronteira há duas décadas e só vem a Manaus em curtos períodos de férias

FLORÊNCIO MESQUITA - A CRÍTICA


A coragem de homens que escolhem deixar para trás a família e a cidade onde nasceram para defender a soberania do Brasil, em regiões isoladas revela histórias de militares que escondem por trás do rosto pintado um filho, um irmão, um ser humano que sente falta da terra natal.


Alguns permaneceram tanto tempo nos municípios, onde estão lotados, que criaram raízes por meio de histórias de amor que atenuaram a distância. Um exemplo desse tipo de militar é o sargento amazonense do Exército Daniel de Souza Bezerra, 41, que há 23 anos deixou Manaus com o desejo de cumprir a missão de ajudar a proteger as fronteiras do País. O sargento amazonense trabalha no 1º Pelotão Especial de Fronteira (PEF) de Bonfim, Município do Estado de Roraima na fronteira com a Guiana.


O sargento Bezerra, como é chamado, em mais de duas décadas servindo no 1º PEF de Bonfim constituiu família, teve três filhos sendo que o mais velho, Samuel Santos, tem 21 anos, é também militar e tem a patente de cabo no mesmo pelotão e segue os passos do pai.


O militar amazonense mora com a esposa, Jucilene Pereira dos Santos, 38, e os filhos na própria unidade militar. Todas as famílias da Vila Militar são de sargentos oriundos de outros de Estados, alguns do do Nordeste e Sul, além, é claro, dos nortistas. “No início foi muito difícil. A saudade era muito grande para suportar. Estar longe dos parentes e da cidade que você está acostumado é dureza e tem que estar muito focado no serviço, senão, fica pior”, frisou.
 

Atenuante

Ao contrário de outros pelotões do Exército que vivem isolados, como os PEFs de Tiryós, na fronteira do Pará com o Suriname, e o de Cucuí, em São Gabriel da Cachoeira (AM); o PEF de Bonfim ainda tem ligação com Boa Vista por meio de rodovia BR-401 em um percurso de 125 quilômetros.


No entanto, Bezerra, bem como os outros militares do pelotão, só vão a Boa Vista uma vez por mês para receber o pagamento e fazer o reabastecimento de alimentos.


No período de serviço no pelotão, Bezerra perdeu os pais e viu como a distância pode ser difícil e abalar o aspecto emocional. Em mais de 23 anos, o sargento se limitou a visitar Manaus apenas uma vez por ano no período de férias.


Ele diz que o tempo não é o bastante para matar a saudade, mas é o suficiente para renovar as forças na terra natal. “É só um curto período, mas é muito necessário. Visitar a terra onde nasci é muito bom”, destacou.

1 Comentários

  1. deixa de ser chorão sargento combatente, lá no afeganistão os mariner deixaram uma cia, guarnecendo o vale de korranchar, eum posto avançado com 6 combatentes sendo atacados diuturnamente até alguém lembrar deles quase 2meses,enfretando snaiper afegão,selecionando alvos .sairam deixando tres dois sargentos abatidos até o contato e a retirada deu até filme. e vc.com saudades! força e honra!

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