Veja as principais ações militares ocidentais sem mandato da ONU

Reino Unido vai apresentar plano de ação na Síria.
Ataque contra regime de Damasco divide as potências militares.


Da France Presse

O Reino Unido deve apresentar nesta quarta-feira (28) ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de resolução autorizando que sejam tomadas as "medidas necessárias" para proteger civis na Síria. Ao mesmo tempo, cresce a expectativa que os EUA e seus aliados, já preparados, lancem um ataque contra alvos do regime sírio, mesmo sem o aval do Conselho de Segurança, no qual Rússia e Síria têm poder de veto.
Outras grandes intervenções militares estrangeiras foram realizadas recentemente sem mandato da ONU, ou cujo mandato foi contestado. 

Elas são importantes operações de força de países ocidentais, em particular liderados pela Otan, mas também intervenções unilaterais seguidas, eventualmente, por uma intervenção da ONU com o estabelecimento de uma missão de manutenção da paz.

Confira abaixo algumas delas.

Kosovo, 1999

Em 24 de março de 1999, a OTAN lançou uma campanha aérea contra a Iugoslávia do presidente Slobodan Milosevic, depois do fracasso dos esforços para alcançar uma solução política para a crise no Kosovo. A Rússia e a China ameaçaram vetar uma resolução da ONU permitindo a intervenção militar.

A operação 'Força aliada', liderada pela Otan, visava acabar com a repressão sérvia contra a população albanesa do Kosovo e obrigar Milosevic a assinar um plano de paz.

A intervenção ocorreu após uma violenta ofensiva sérvia contra os separatistas albaneses do Exército de Libertação do Kosovo (KLA) e de várias tentativas fracassadas de mediação.

A guerra travada pela Otan envolveu 600 aeronaves de 13 países em bombardeios diários de alvos militares no Kosovo, Sérvia e Montenegro. Em 10 de junho de 1999, as forças sérvias começaram sua retirada do Kosovo, logo depois de passar sob a administração das Nações Unidas.

Iraque, 2003

Em março de 2003, Washington, Londres e Madri planejavam propor uma resolução na ONU para validar a guerra no Iraque, acusado pelos americanos de possuir armas de destruição em massa. O projeto de lei foi retirado antes da votação por falta de consenso. França, Rússia e Alemanha rejeitaram categoricamente uma operação.

Depois de um ultimato a Saddam Hussein, o governo dos Estados Unidos decidiu agir sem mandato da ONU. Em 20 de março declarou guerra, com ataques aéreos sobre Bagdá que permitiram a entrada das forças americanas e britânicas pelo sul do país.

A operação "Liberdade duradoura" levou à derrubada de Saddam Hussein, julgado por um tribunal iraquiano e executado no final de 2006.

Em maio de 2003, as forças da coalizão eram compostas de 150.000 americanos e 23.000 outros soldados de quarenta países.

Em 16 de outubro de 2003, a ONU adotou a resolução 1.511, que 'autoriza uma força multinacional', preservando o controle quase absoluto de Washington sobre o Iraque. As últimas tropas americanas se retiraram do país em dezembro de 2011.

Líbia, 2011

Em 17 de março de 2011, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução (1973), autorizando os Estados membros a "tomar todas as medidas necessárias" para "proteger civis (...) sob a ameaça de ataque" pelas forças do coronel Muammar Kadhafi, confrontado desde fevereiro a um levante popular.

A operação 'Unified Protector' teve início em 19 de março e foi liderada pela França e Grã-Bretanha, enquanto os Estados Unidos oferecem uma posição de apoio ativa. Dezoito países participaram nas operações.

No entanto, em junho, a Rússia e a China acusaram a Otan de interpretar 'arbitrariamente' a resolução do Conselho de Segurança, utilizando-a para ataques na Líbia e não apenas para ações de proteção de civis.

Em 20 de outubro Muammar Kadhafi foi morto em um ataque final contra sua região natal, Sirte, ao leste de Trípoli, dois meses após a queda da capital, graças ao apoio decisivo da Otan.


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