Rússia: Ataque químico na Síria foi uma farsa

Dados apontam que ação teria sido encenada pelos rebeldes

Diário da Rússia


O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, declarou nesta segunda-feira, 9, que o suposto ataque químico cometido em 21 de agosto nos arredores de Damasco foi uma encenação dos rebeldes sírios. "Existem dados relativos ao ocorrido que apontam, a nosso ver, que foi tudo uma farsa", afirmou o chanceler russo durante uma reunião em Moscou com seu homólogo sírio, Walid Mualem.

Lavrov citou o testemunho de Madre Inês, superiora de um mosteiro na Síria que, em entrevista recente, disse que o suposto ataque químico havia sido encenado pela oposição armada. O ministro russo também se referiu às informações recolhidas por Carla del Ponte, integrante da comissão internacional de investigação sobre a Síria, que sugerem que os próprios rebeldes usaram armas químicas, ao contrário do que alegam os Estados Unidos.

Com base em um informe de seus serviços de inteligência, Washington afirma que o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, é o responsável direto pelo ataque do dia 21 de agosto, que, segundo o documento, deixou 1.429 mortos, incluindo 426 crianças. Com o relatório em mãos, o Presidente norte-americano, Barack Obama, pediu ao congresso do país autorização para atacar Damasco, proposta que os legisladores debatem esta semana.

O chefe da diplomacia russa enfatizou que Moscou irá insistir para que os inspetores da ONU retornem para a Síria o mais rápido possível, a fim de completar a investigação de todas as denúncias sobre o uso de arsenal químico no país. Para Lavrov, existem suspeitas de que “alguém pode tentar impedir esses planos”, e a Rússia “se esforçará para que os inspetores concluam sua missão”.

Os planos da Casa Branca de usar a força contra o regime sírio têm dividido a comunidade internacional, ainda que muitos países concordem com a Rússia e sustentem que uma solução militar levaria ao "auge do terrorismo tanto na Síria quanto nos países vizinhos", bem como a um “aumento dramático no número de refugiados”.

No entanto, segundo Lavrov, apesar da gravidade da situação no país árabe, ainda há possibilidades de uma solução política para o conflito. O chanceler russo reforçou a necessidade de que a oposição síria aceite participar da segunda conferência de paz sobre a Síria em Genebra, proposta pela Rússia e pelos Estados Unidos.

Enquanto isso, o Ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Mualem, reiterou que Damasco está disposta a participar da conferência de Genebra 2, mas disse que um ataque a seu país pode impedir a celebração do evento. Ele também agradeceu, em nome de Bashar al-Assad, a posição que o Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu durante a recente cúpula do G20 em São Petersburgo e advertiu que uma intervenção militar dos Estados Unidos em seu país poderia reforçar ainda mais as fileiras dos jihadistas no Oriente Médio.


Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem