Parlamento autoriza atuação do Exército russo na Crimeia

Em reunião neste sábado (1), o Conselho da Federação (senado russo) autorizou o uso das Forças Armadas na República Autônoma da Crimeia, na Ucrânia, até a normalização da situação política no país. Aprovada por unanimidade, a decisão prontamente entrou em vigor. Número de efetivos será tomada pelo próprio presidente russo Vladímir Pútin.


Ígor Rózin, especial para Gazeta Russa

A decisão do Conselho da Federação que permite o uso de tropas russas na Crimeia não indica que haverá alguma operação no local, informou neste sábado (1) a agência Interfax com base em comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo. “A permissão recebida pelo presidente não significa que será colocada em prática neste exato momento”, declarou o vice-chanceler Grigóri Karasin .

De acordo com a medida aprovada, o presidente russo Vladímir Pútin poderá tomar medidas para estabilizar a situação na Crimeia, introduzindo um contingente limitado de tropas para garantir a segurança da frota do Mar Negro e dos seus cidadãos de atos de arbitrariedade e violência. A presidente do conselho, Valentina Matvienko, reiterou que a iniciativa foi votada em virtude da ameaça à vida dos russos na região.

O próprio primeiro-ministro da Crimeia, Serguêi Aksenov, havia apelado a Pútin, “para ajudar na manutenção da paz e tranquilidade na república”.

Durante a discussão no senado, o vice-presidente do conselho, Iúri Vorobiov, aproveitou para criticar a declaração do presidente norte-americano Barack Obama, de que a Rússia “pagaria caro por sua política” em relação à Ucrânia, afirmando que o líder dos EUA “passou da linha vermelha e insultou o povo russo”.

Os parlamentares também prepararam um pedido para a retirada do embaixador russo nos Estados Unidos.

Mal necessário

Em entrevista à Gazeta Russa, o presidente do Conselho para Política Externa e Defesa, Fiódor Lukianov, disse que a decisão do senado russo era necessária para legitimar o status quo. “As divisões russas já chegaram à Crimeia ainda ontem ou antes, e elas estão lá para garantir a não interferência de Kiev na preparação do referendo”, explicou. “O Kremlin considera as autoridades de Kiev ilegítimas e parte do princípio que, por isso, elas não têm direito de ditar o que quer que seja aos habitantes da região.”

O cientista político também ressaltou que a decisão foi estimulada pela recente declaração de Barack Obama. “Isso significa que o conflito passou automaticamente para o nível internacional”, disse Lukianov, acrescentando que a Rússia deve se preparar para enfrentar fortes críticas da comunidade global.



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