Iskander-M protegerá ex-repúblicas soviéticas de ameaças terroristas

Sistemas de mísseis estão sendo instalados a 100 km da fronteira com o Cazaquistão. Retirada de tropas americanas do país poderá gerar desestabilização nos países vizinhos.


Konstantin Volkov, Kirill Mogútin, Aleksêi Krivorutchek | Izvéstia

Em dezembro deste ano, a 92ª brigada de mísseis, localizada na região de Orenburg, estará pronta para receber os Iskanders-M. O alcance do sistema é de até 500 km, e pode chegar a 2.000 km no caso de mísseis de cruzeiro R-500. Dessa forma, os sistemas conseguem atingir as fronteiras sul e sudeste do Cazaquistão.

"A Rússia, em conjunto com o Cazaquistão e outros países da OTSC [Quirguistão e Tadjiquistão], está criando forças de reação rápida. Todos os anos nós realizamos treinamentos”, diz Víktor Murakhóvski, especialista militar e editor-chefe da revista "Arsenal da Pátria". “Em caso de perigo, o raio de ação do Iskander pode ser medido não só de Orenburg, mas também do território de todos os países que integram a Organização do Tratado de Segurança Coletiva.”

Os alvos convencionais do Iskander-M são os recursos de defesa antiaérea e antimísseis, aeroportos, instalações de infraestrutura, bem como os sistemas de mísseis inimigos. No entanto, segundo Murakhóvski, esse sistema também pode destruir efetivamente a força inimiga.

Nos termos de um acordo com o governo do Cazaquistão, os mísseis táticos poderão ser transferidos para o território desse país em caso de necessidade. A assessoria de imprensa do Ministério da Defesa especificou que a preparação dos locais para os Iskanders será concluída antes do final do ano.


Iskander M/E
Perigo à vista

O presidente do Instituto de Avaliações Estratégicas, Aleksandr Konovalov, acredita que após a saída de quase todos os 60 mil militares americanos que se encontram no Afeganistão, no final deste ano, é possível que ocorra uma grave desestabilização do cenário. Na sua opinião, o atual governo não será capaz de garantir o controle adequado.

“A retirada dos americanos do Afeganistão poderá levar a uma desestabilização do Quirguistão e do Uzbequistão”, concorda Vassíli Káchin, editor-chefe da revista “Moscow Defence Brief”. “Nesse caso, as tropas do Distrito Militar Central da Rússia devem estar prontas para avançar rapidamente e ajudar o Cazaquistão a proteger a fronteira.”

Oficiais de órgãos públicos também alertam para a complexidade da situação política na Ásia Central. "Estão sendo esperados o retorno do movimento Talibã ao cenário político e uma deterioração acentuada no ambiente operacional. O Talibã defende a manutenção da produção de matérias-primas e de drogas no Afeganistão, com o objetivo de realizar um jihad global contra os infiéis, dos quais também a Rússia faz parte”, concluem os especialistas do Serviço Federal de Controle de Entorpecentes (FSKN, na sigla em russo).


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