Caças nipônicos e chinêses evitam confrontação

Os caças das Forças Aéreas da China e do Japão evitaram uma confrontação aberta na zona do mar da China Oriental. Os aviões chineses se aproximaram de um grupo de caças japoneses à distância de 50 metros, depois à de apenas 30 metros para expulsá-los da zona de identificação da DAA que o Japão teima em reconhecer.

Natalia Kasho | Voz da Rússia


Esse incidente passou a ser o primeiro em que os caças chineses se aproximaram à distância menor de 100 metros que os separava dos nipônicos, anunciou o Ministério da Defesa do Japão, informando ainda que os caças chineses não empreenderam quaisquer tentativas de estabelecer um contato radiofônico antes de se aproximar.

O perito do Instituto do Médio Oriente, Yakov Berger, afastou a hipótese de um cenário mais pessimista deste incidente. Entretanto, a China, frisou, demonstrou uma atitude dura se manifestando pronta a um agravamento da situação no Mar da China Oriental:

“O incidente se enquadra no cenário de um progressivo agravamento da tensão. No momento em que os chineses delimitaram a sua zona de identificação aérea, embora o Japão, desde o início, não a tenha reconhecido. Deste modo, a situação alarmante tem vindo a piorar. Isto irá acontecer até que a tensão militar atinja um patamar máximo quando será necessário proceder à distensão”.

O incidente tem uma outra particularidade. Ocorreu pela primeira vez durante as manobras marítimas russo-chinesas realizadas pelo terceiro ano consecutivo no período entre 20-26 de maio. Pequim destaca que um navio nipônico de luta anti-submarina e depois um avião de reconhecimento eletrônico se ocupavam da recolha de informações e acompanhavam a marcha dos exercícios. Por isso, os aviões chineses identificaram-nos e depois tomaram medidas preventivas a fim garantir a segurança dos navios participantes do evento.

No parecer do perito, Viktor Pavlyatenko, do Instituto de Oriente Médio, os exercícios russo-chineses se realizaram em determinadas zonas marítima e aérea. Ora, um aviso sobre a interdição de voos devia ter sido divulgado com antecedência, em plena consonância com as normas internacionais:

“Acho que, nesse caso concreto, os japoneses teriam sido movidos por curiosidade. Eles se aproximaram da zona de exercícios, tendo violado os corredores aéreos demarcados. Os chineses tinham fundamentos para tomar medidas coercivas. Não gostaria de traçar paralelos, mas posso citar um exemplo. Quando o Japão efetua manobras com os EUA, costuma adotar medidas de segurança análogas. Não me recordo de algumas “notas de protesto” contra a aviação russa que mostrasse “um vivo interesse” em relação às manobras conjuntas. Os japoneses parecem ter “ultrapassado as marcas” e os chineses, com um pleno fundamento, expulsaram-nos da zona das manobras”.

De qualquer maneira, em 26 de maio, Tóquio apresentou um protesto oficial. O Japão qualificou o incidente de “lamentável”, tendo conclamado à responsabilidade e à moderação. A Rússia não reagiu de forma alguma ao incidente nipônico-chinês ocorrido.

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