Frota do Mar Negro assinala dois séculos de existência

A Frota do Mar Negro, fundada há 231 anos, sendo hoje uma frota potente e eficiente destinada a proteger as fronteiras meridionais do país, assinala em 13 de maio o aniversário da sua criação, no século XVIII.


Igor Siletsky | Voz da Rússia

Veja as fotos do dia da Frota do Mar Negro

A segurança no sul da Rússia tem sido garantida por 3.000 navios de guerra – desde cruzadores lança-mísseis e submarinos até embarcações de resgate e escolta. A frota integra ainda aviões de luta anti-submarina e caças, bem como grupos de fuzileiros navais.

Tudo começou em 1783. Por essa altura, a Crimeia já se integrara no Império Russo apesar dos anos de guerra cruel e banhos de sangue que assolaram a região. Na península estavam reinando o caos, a anarquia e conflitos intestinos entre a população local.

As zonas fronteiriças russas também estavam em perigo, o que levou a imperatriz Catarina II, a Grande, inspirada por um conselheiro seu, conde Potemkin, a emitir um manifesto sobre a incorporação da Crimeia.

A maior parte da população da península recebeu tal cenário com entusiasmo. O mesmo não acontecia em relação à vizinha Turquia que, ao longo da história, não abandonava as tentativas de ocupar a Crimeia, contando com apoio de seus aliados – a Inglaterra e a França.

Para que estes desígnios não se tornassem a realidade, a Rússia precisava de um argumento convincente e sólido. Em maio de 1783, Catarina II assina um decreto sobre a criação da Frota do Mar Negro. Logo depois disso, para a angra Akhtiarskaya, no sudoeste da Crimeia, chegaram 28 vasos de guerra procedentes do mar de Azov e do rio Dniepre. Foram estas embarcações que passaram a constituir o grosso da Frota do Mar Negro.

No entanto, em 1787, a Turquia, descontente com a perda da Crimeia, apresentou um ultimato disputando a península. A Rússia se recusou a restituir a Crimeia, o que deu início à Guerra Russo-Turca em que a Frota do Mar Negro recebeu o baptismo de fogo. A frota turca sofreu uma série de derrotas apesar de superar a Frota russa em número de navios de guerra.

A história do Frota do Mar Negro conhece muitas páginas heroicas – a defesa de Sevastopol nos anos da guerra de Crimeia de 1853-56, as batalhas da Guerra Russo-Turca já referida acima. Os navios da frota enfrentaram a ofensiva fascista em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, quando os marinheiros russos tiveram de defender de novo Sevastopol, Odessa, Nikolaev e Novorossiysk, situadas no litoral do mar Negro. Nos anos da guerra, a Frota aniquilou ou danificou mais de mil navios inimigos, realizou dezenas de operações de desembarque, aproximando assim a tão almejada vitória.

Hoje em dia, a esfera de responsabilidade da Frota fica muito para lá do mar Negro, assinala o redactor-chefe da revista Arsenal Otechestva (Arsenal da Pátria), Viktor Murakhovsky:

“A par do evoluir de sistemas de armamentos modernos de alta precisão e de longo alcance, a Frota não perdeu a sua importância de uma força externa influente. Trata-se, antes de mais, da zona do Mediterrâneo em que, ainda no período soviético, foi estabelecida uma frota de serviço permanente. Hoje, os navios russos estão presentes ali devido à importância da região “explosiva” e ao fato de possuir um posto de manutenção técnica e material no litoral sírio”.

Atualmente, a Frota está sendo renovada e modernizada, podendo vir a ser alvo de avultados investimentos no valor de 3 bilhões de dólares. Já foram construídos novos navios de superfície e submarinos, dotados de armas sofisticadas. Será igualmente modernizada a base naval da Frota, a cidade-bastião de Sevastopol.


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