Missão fracassada dos EUA no Iêmen contabiliza, até agora, 11 corpos

Correio do Brasil
Por Redação, com agências internacionais - de Sanaa/Aden

Uma mulher, um menino de 10 anos e um líder local da Al Qaeda estavam entre pelo menos 11 pessoas mortas além de dois reféns ocidentais quando as forças lideradas pelos Estados Unidos lutaram contra militantes em uma missão fracassada de resgate no Iêmen, disseram moradores no domingo. Forças especiais dos EUA invadiram a aldeia de Dafaar na província de Shabwa, um reduto de militantes no sul do Iêmen, pouco depois da meia-noite, no sábado, matando vários membros da Al Qaeda na Península Arábica (AQAP).

O jornalista norte-americano Luke Somers, 33, e o professor sul-africano Pierre Korkie, 56, foram baleados e mortos por seus captores durante o ataque destinado a garantir a liberdade dos reféns, disseram autoridades norte-americanas. A AQAP, formada em 2006 pela fusão dos ramos iemenita e saudita da rede, foi durante anos visto por Washington como um dos ramos mais perigosos do movimento.

Os governos ocidentais temem que um avanço por xiitas combatentes muçulmanos Houthi com ligações com o Irã tenha reforçado o apoio entre os sunitas do Iêmen à AQAP, que se estabeleceu em partes do sul e leste do Iêmen, incluindo Shabwa, onde o ataque ocorreu. Pelo menos um britânico e um homem turco ainda são mantidos como reféns pelo grupo.

Ataque aéreo

Informações de fontes do Ministério da Defesa do Iêmen disseram que a operação tinha sido bem-sucedida, mas horas depois confirmava-se oficialmente a morte dos dois reféns. O Ministério da Defesa do Iêmen chegou a informar que dez membros da Al-Qaeda foram mortos durante um ataque aéreo na província de Shabwa, no sul do país. Porém, ao NYT, um líder tribal que testemunhou os reides, disse que “apenas dois dos mortos pertenciam à Al-Qaeda” enquanto nove faziam parte da sua tribo. Chuck Hagel afirmou que vários militantes do grupo terrorista foram mortos durante a operação.

A célula da Al-Qaeda no Iêmen ganhou força em 2011, aproveitando o conflito armado que quase fez colapsar o país após a queda do Presidente Ali Abdullah Saleh. No sul, a AQAP declarou um Estado Islâmico, mas uma campanha lançada pelo novo Presidente, Abdrabbuh Mansour Hadi, obrigou o grupo a recuar para o interior. A Casa Branca chegou a considerar a AQAP como o ramo operacional da Al-Qaeda mais ativo, depois do Paquistão e do Afeganistão.

O presidente norte-americano, Barack Obama, condenou aquilo que denominou como um “homicídio bárbaro”.

“Os Estados Unidos não vão poupar esforços na utilização de todas as suas capacidades militares, de informação e diplomáticas para trazer americanos para casa em segurança, estejam onde estiverem”, garantiu Obama, através de um comunicado de imprensa.

Esta semana a Casa Branca tinha confirmado que uma outra tentativa de resgate de Somers tinha sido autorizada por Obama em Novembro.

“Infelizmente não encontramos Somers, mas havia reféns de outras nacionalidades que puderam ser salvos”, esclareceu o Conselho de Segurança de Obama.


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