A professora do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Miami, June Teufel Dreyer, nomeou à Sputnik os cinco motivos por que os EUA não iniciarão ações militares contra a Coreia do Norte, mesmo depois dos últimos testes e ameaças por parte de Pyongyang.
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De acordo com Dreyer, um fator importante é as forças do exército norte-americano estarem sobrecarregadas mesmo sem haver uma guerra com a Coreia do Norte. "As forças dos EUA já estão no limite das suas capacidades", afirmou a especialista. Em particular, ela frisou que a redução da presença de tropas norte-americanas no Afeganistão e no Oriente Médio vai causar consequências graves nesses locais.
Militar norte-americano © flickr.com/ Justin Connaher |
Além disso, Dreyer acredita que, para se decidir iniciar ações militares contra a Coreia do Norte, é preciso levar em conta a questão dos recursos financeiros. Ela recordou que para lidar com as consequências do furacão Harvey os EUA precisam despender uma some enorme.
Segundo a professora, os EUA não iniciarão uma guerra contra a Coreia do Norte também devido à reação de outros países, que podem considerar os EUA como a parte agressora.
Dreyer frisou que, além do mais, a posição da China quanto à questão da Coreia do Norte não está completamente clara. "Não podemos avaliar com certeza o que pode fazer a China para proteger a Coreia do Norte", disse ela.
Em conclusão, a especialista ressaltou que "a matança em massa que acontecerá logo que a Coreia do Norte ataque a populosa Seul e seus arredores" não permitirá a Washington iniciar ações militares contra Pyongyang.
A situação em torno da Península da Coreia se agravou desde a troca de afirmações duras entre a Coreia do Norte e os EUA. A Coreia do Norte prometeu lançar seus mísseis balísticos em direção à ilha de Guam, onde estão situadas bases militares norte-americanas. O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, responder com "fogo e fúria" caso a Coreia do Norte faça algo com Guam.
Em 3 de setembro, as autoridades da Coreia do Norte anunciaram ter realizado um teste bem-sucedido de uma bomba de hidrogênio projetada para ser instalada em mísseis balísticos intercontinentais. A ordem para realizar o teste foi dada pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un. Para o Ministério da Defesa do Japão, a potência da carga testada pela Coreia do Norte atingiu 70 quilotons, ou seja, era muito mais poderosa do que as bombas atômicas que devastaram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.
Anteriormente, a Rússia e a China apresentaram a ideia de um congelamento duplo: o cancelamento de treinamentos dos aliados dos EUA em troca da suspensão de testes nucleares e de mísseis por parte de Pyongyang.