Dificuldades da Novaer com seus parceiros árabes no B-250

O brasileira Novaer confirmou enfrentar dificuldades financeiras muito sérias causadas pela “infidelidade contratual” de seu principal cliente, a empresa Calidus LLC, dos Emirados Árabes.


Por Javier Bonilla | 
defensa.com | Poder Aéreo

A fábrica de São José dos Campos não revelou o número de demissões, embora alguns funcionários digam que seria superior a 150, além do que poderia afetar os fornecedores.


B-250 em voo | Reprodução

De acordo com uma nota oficial da empresa “devido a dificuldades imprevistas, causada pela violação contratual de seu principal cliente, foi forçada a demitir imediatamente seus funcionários em 1º de fevereiro”, garantindo que as atuais dificuldades financeiras tenham sido geradas pela falta de continuidade nos compromissos assumidos pelo seu principal associado, a empresa Calidus. Isso contrasta com o sucesso ante o modelo e sugestões de pedidos – embora os Emirados tenham adquirido o Iomax Archangel, derivado da AT 802 –, após a apresentação de dois protótipos do B-250 Bader no Dubai Air Show, que, por enquanto, permaneceram nesse país transportados por um C-17 da sua própria Força Aérea.

A empresa quer obter um apoio firme da diplomacia brasileira, porque o desenvolvimento desta aeronave e seu antecessor, o treinador TCx, projetado para suplantar o T-25 universal na FAB e que foi apresentado há algum tempo ao atual presidente Temer, foi obtido com financiamento estatal. Além disso, a presença de muitos grupos industriais brasileiros nesta feira foi apoiada no mais alto nível oficial de Brasília.

O assunto pode ser preocupante mesmo para a Embraer e até mesmo alguns de seus competidores em termos de treinadores de alto desempenho e propostas COIN, o B-250 sendo um adversário quase familiar para muitos, já que foi concebido pelo engenheiro Kovacs, que também criou o Tucano e o Super Tucano, bem como, seguindo um que não é estranho ao outro co-designer dos dois, Guido Pessotti, que, além desses projetos, também acompanhou o KT-1 coreano e, inicialmente, o derivado turco Hurkus.

Os protótipos da Novaer, em mãos irresponsáveis, podem terminar em qualquer destino. Devido à delicadeza do problema e à possibilidade de que este projeto possa terminar, potencialmente sob a égide de alguma força ou organização duvidosa ou irregular, estima-se que o Brasil e seus parceiros mais próximos possam exercer a maior e mais rápida pressão sobre os responsáveis Calidus e seu governo.

Com uma célula de fibra de carbono, construída com precisão pela Novaer, o B-250 usa o Pro Line Fusion produzido pela Rockwell Collins, que fornece um mostrador digital para a cabeça (HUD) e telas multifunções (MFD), que também é aguardada para os próximos dias fazer um pronunciamento da indústria eletrônica dos EUA em relação a esta crise.


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