EUA lançam ultimato à União Europeia para comprar armas a Washington

Americanos alertam que caso a União Europeia não aumente a compra de armas aos Estados Unidos, a aliança entre as duas potências a nível da defesa pode estar em risco


Diário de Notícias

A Administração de Donald Trump quer que a União Europeia (UE) melhore a sua política de defesa, participando em projetos de aquisição de armas a Washington. Caso a Comunidade Europeia não aceda ao pedido, os norte-americanos falam em cancelamento da cooperação entre as duas potências numa altura em que, segundo os Estados Unidos, a Europa está muito exposta a ameaças, nomeadamente, vindas da Rússia.

Casa Branca © EPA/AL DRAGO / POOL

"Quando houver uma crise e a defesa falhar, os vosso cidadãos não vão sentir-se muito impressionados com o facto de a compra de armas ter sido feita apenas entre países da União Europeia", terá dito Michael Murphy, secretário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, numa reunião entre as duas parte que aconteceu no mês passado e a cuja ata o jornal espanhol El País teve acesso.

O encontro entre norte-americanos e o comité de embaixadores europeus de política e segurança destinava-se a definir as regras do Fundo de Defesa Europeu (FDE) e dos projetos de armamento comuns. Washington acusou a UE de restringir a compra de armas e lançou mesmo um ultimato: "Se a legislação do FDE e as diretrizes da Cooperação Permanente Estruturada não forem alteradas, a UE terá de escolher entre renunciar ao uso das melhores capacidades tecnológicas que existem ou desenvolver as suas próprias", segundo Michael Murphy.

Entre a espada e a parede terá ficado a União Europeia, que ou aceita aumentar as capacidades de armamento disponíveis através da NATO ou corre o risco de não ter auxilio na defesa numa altura em que "os estados-membros enfrentam ameaças físicas", refere o secretário do Departamento de Estado, acrescentando uma referência à fronteira com a Rússia.

"Qualquer crise importante na Europa exigirá inevitavelmente uma resposta dos Estados Unidos, do Canadá, do Reino Unido e da Noruega". No entanto, o aviso fica feito: esta pode não existir caso os dois continentes "não possam trabalhar juntos".

Já a Comissão Europeia nega a falta de cooperação entre as duas indústrias militares, indicando que os pactos de armamento são complementares aos propósitos da Aliança e não obrigatórios.

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