Etiópia diz ter assumido controle da capital de Tigré

Os militares da Etiópia ganharam o "controle total" da capital da região de Tigré, anunciou o Exército neste sábado (28), depois que Adis Abeba recusou ontem (27) os pedidos de diálogo com o grupo rebelde feitos pela União Africana (UA).

Sputnik


"Deus abençoe a Etiópia e seu povo!", disse o primeiro-ministro Abiy Ahmed em um comunicado declarando que a tomada de Mekelle marcou o "término" da ofensiva militar que começou há quase quatro semanas.

© AFP 2020 / Eduardo Soteras

"Entramos em Mekelle sem transformar em alvo os inocentes civis", disse Abiy.

A Frente Popular para a Libertação de Tigré (TPLF, na sigla em inglês) comandava a região e dominava a coalizão governante da Etiópia antes da chegada de Abiy ao poder em 2018.

Segundo a agência Reuters, a TPLF ainda não fez qualquer comentário sobre o anúncio do primeiro-ministro etíope.

Anteriormente, as autoridades etíopes informaram que as forças do governo estavam nos estágios finais de uma ofensiva na região e que tomariam o cuidado de proteger os civis em Mekelle, cidade que possui cerca 500 mil habitantes.

Abiy disse que o Exército garantiu a libertação de milhares de soldados do Comando do Norte, uma unidade militar baseada em Tigré, que, segundo ele, era mantida como refém pela TPLF.

As tropas federais assumiram o controle "do aeroporto, das instituições públicas, do escritório da administração regional e de outras instalações críticas", disse Abiy.

De acordo com a TV estatal da Etiópia EBC, as forças federais assumiram o controle total da cidade por volta das 19h locais (13h em Brasília) deste sábado (28).

No início desta semana, o governo etíope alertou que "não [teria] misericórdia" se os residentes de Mekelle não se distanciassem da TPLF. Na última quarta-feira (25), expirou o ultimato dado por Adis Abeba aos dissidentes de Tigré para que se rendessem e depusessem suas armas e, no dia seguinte (26), Abiy Ahmed ordenou uma "ofensiva final" contra a capital da região.

Acredita-se que milhares de pessoas morreram durante os combates, desde o início da ofensiva governamental na região em 4 de novembro, e cerca de 43 mil refugiados buscaram asilo no vizinho Sudão.

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