França aposta na "Guerra de Drones" e aumenta frota com parceiros europeus

A França deve expandir "imperativamente" a sua frota de drones e dotar-se de capacidades de proteção face a uma "ameaça crescente" que pesa "tanto sobre o território nacional, como no campo de batalha", adverte um relatório do Parlamento francês.

RFI


Intitulado "Preparando-se para a guerra dos drones: uma questão estratégica", o relatório da Comissão de Defesa do Senado, que deve ser apresentado na quarta-feira (7), observa que "as Forças Armadas terão acesso a vários milhares de drones até 2025, em comparação com apenas algumas dezenas de quatro anos atrás".

© Foto: REUTERS/Eric Gaillard

Em 2020, 58% das greves na região subsaariana da África, onde a França possui uma presença militar importante, foram realizadas por drones Reaper, armados desde o final de 2019. O programa Eurodrone, que visa substituir o Reaper a partir de 2028, está "finalmente no caminho certo", após um longo período negociações com parceiros alemães, espanhóis e italianos, diz o documento.

Por outro lado, a França acelerou também a aquisição dos chamados pequenos "drones de contato", diz o relatório, ao relembrar que 210 nanodrones Drop e 67 microdrones NX 70 foram entregues ao país desde 2019, e que 150 microdrones Anafi da Parrot destinados ao exército acabam de ser encomendados, com uma meta total de 900 aparelhos em 2025.

As apostas são altas, dada a crescente importância dos drones no campo de batalha. "Vários conflitos recentes, e não apenas a guerra de Nagorno-Karabakh em 2020, mas também os combates na Líbia em setembro de 2019 e a campanha turca no norte da Síria em março de 2020, foram marcados pelo uso massivo de drones táticos e pequenos drones", de acordo com novos modos táticos de operação (orientação de fogo de artilharia, distração, voo em enxames, ataques suicidas) "para penetrar nas defesas antiaéreas terrestres", afirma o texto.

Como Israel e China, Turquia e Irã embarcaram na produção e exportação em grande escala desses drones "baratos", lembram os parlamentares franceses.

Um investimento de € 350 milhões

De acordo com o relatório, é necessário considerar "adquirir uma capacidade semelhante de drones mais baratos e mais dispensáveis": microdrones simples destinados a servir como iscas ou para realizar ataques, microdrones armados e drones de ataque ligeiramente maiores, capazes de transportar munição operada remotamente.

O combate aos drones deve ser priorizado, inclusive dentro do território nacional, onde o número de drones, em sua maioria civis, passou de 400 mil em 2017 para 2,5 milhões hoje. Os primeiros lotes foram adquiridos em caráter emergencial após o sobrevoo em 2014 de locais sensíveis por drones, em particular usinas nucleares.

Para uso militar, os drones de lasers, como o Helma-P da empresa Cilas, podem constituir uma "solução promissora", dizem os senadores franceses, mesmo que "não haja uma solução totalmente adequada e satisfatória" para todas as situações.

O Ministério das Forças Armadas da França planeja dedicar € 350 milhões de euros ao longo de 11 anos, mas "apenas € 70 milhões até 2025", dizem os parlamentares.

“Devemos privilegiar processos de aquisição ágeis e rápidos. Tenho a sensação de que os nossos processos não se adaptaram à evolução galopante das tecnologias”, estimou recentemente um dos autores do relatório, o senador Cédric Perrin, durante intervenção sobre o assunto no Paris Air Forum.

(Com AFP)

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