Rússia adverte Otan sobre entrada da Ucrânia na aliança transatlântica

Citando vice-ministro das Relações Exteriores russo, agência estatal de notícias diz que qualquer movimento para admissão de Kiev no bloco terá consequências

Da CNN

Moscou avisou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que qualquer movimento para a entrada da Ucrânia no bloco terá consequências, informou a agência estatal de notícias RIA, citando o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Andrei Rudenko.

Sede da Otan, em Bruxelas; Moscou alertou aliança sobre possível admissão da Ucrânia | Divulgação/Otan

A RIA disse nesta quinta-feira (21) que Rudenko foi questionado sobre os comentários do secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em uma visita à Ucrânia nesta semana, quando disse que Washington apoiava a aspiração de Kiev de se juntar à aliança transatlântica e que nenhum país poderia vetar tal medida.

Também nesta quinta, os ministros da Defesa dos países-membros da Otan devem chegar a um acordo sobre um novo plano para se defender de qualquer potencial ataque russo em várias frentes, reafirmando o objetivo central da aliança de dissuadir Moscou, apesar do foco crescente na China.

A estratégia visa preparar os países para ataques simultâneos nas regiões do Báltico e do Mar Negro, que poderia incluir armas nucleares, hackeamento de redes de computadores e ataques do espaço.

As autoridades enfatizam que não acreditam que qualquer ataque russo seja iminente. Moscou nega qualquer intenção agressiva e diz que é a Otan que ameaça desestabilizar a Europa com tais preparações.

Ponto de tensão

Em maio, a Rússia reuniu cerca de 100 mil soldados em sua fronteira com a Ucrânia, o maior número desde que Moscou anexou a Crimeia em 2014, disseram autoridades ocidentais. Em setembro, a Rússia usou novos robôs de combate em grandes exercícios militares com seu ex-aliado soviético Belarus, o que alarmou os países do Báltico.

Com a Rússia atualizando ou substituindo os sistemas espaciais militares soviéticos para potencialmente atacar satélites em órbita, desenvolvendo tecnologias baseadas em inteligência artificial para interromper os sistemas de comando inimigos, Moscou também está desenvolvendo “super armas”.

Revelados em 2018, eles incluem mísseis de cruzeiro hipersônicos com capacidade nuclear que podem escapar dos sistemas de alerta.

“A suposição até agora era que a Rússia incomodava, mas não era uma ameaça iminente. Mas os russos estão fazendo algumas coisas preocupantes. Eles estão treinando com robótica, e os mísseis hipersônicos de cruzeiro podem ser muito preocupantes”, disse Jamie Shea, um ex-funcionário do alto escalão da Otan e agora membro do Think Thank Amigos da Europa, em Bruxelas.

(*Com informações da Agência Reuters)

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