Macron celebra vitória dos aliados na Segunda Guerra; Putin diz que "vencerá o nazismo" na Ucrânia

O presidente francês, Emmanuel Macron, comemorou neste domingo o 77° aniversário da Vitória de 8 de Maio de 1945, data em que os aliados celebram a derrota do Exército nazista na Segunda Guerra Mundial. Entretanto, a celebração acontece em um contexto de forte tensão devido à guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia. Em Moscou, o presidente Vladimir Putin comparou os dois conflitos e disse que os russos irão "vencer o nazismo" no país vizinho.

RFI


No dia seguinte à posse para seu segundo mandato, o chefe de Estado francês presidiu a tradicional cerimônia da vitória dos aliados no Arco do Triunfo, em Paris. Macron depositou coroas de flores no túmulo em homenagem ao soldado desconhecido, morto em defesa da nação, e também em frente à estátua do general Charles De Gaulle, localizada na avenida Champs Elysées. De Gaulle comandou a resistência francesa e governou o país após o encerramento do conflito que deixou mais de 60 milhões de mortos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, presta homenagem aos soldados mortos na Segunda Guerra Mundial, em cerimônia no Arco do Triunfo, em Paris. © Franceinfo

A comemoração em Paris ocorre em um contexto de intensificação da guerra na Ucrânia. Nesta segunda-feira (9), a Rússia celebra o seu Dia da Vitória contra a Alemanha nazista, e o presidente Vladimir Putin precisa oferecer à opinião pública russa um triunfo militar na ofensiva contra o país vizinho.

Desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, Putin se refere ao conflito como "uma operação especial para desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, uma justificativa rejeitada pelos aliados ocidentais, que acusam Moscou de não aceitar os planos de Kiev de integrar a União Europeia e um dia fazer parte da Otan, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos e países europeus.

Putin diz que "a vitória será nossa, como em 1945"

Neste domingo, em saudações pela data de 8 de maio aos países do antigo bloco soviético e às regiões separatistas do leste da Ucrânia, Putin garantiu que "como em 1945, a vitória será nossa". Em um pronunciamento em Moscou, ele fez várias comparações entre a Segunda Guerra Mundial e o conflito na Ucrânia.

"Hoje, nossos soldados, como seus ancestrais, lutam pela libertação de sua pátria da imundície nazista, com a confiança de que, como em 1945, a vitória será nossa", disse o líder do Kremlin. "Hoje, o dever comum é impedir o renascimento do nazismo, que tanto sofrimento causou aos povos de diferentes países", acrescentou, desejando "que as novas gerações sejam dignas da memória de seus pais e avôs".

Putin ainda desejou ironicamente "a todo o povo da Ucrânia um futuro pacífico e justo". Na Rússia, a data oficial da vitória soviética é dia 9 de maio, marcada por um tradicional desfile militar na Praça Vermelha.

Últimos combatentes de Mariupol resistem

Os últimos combatentes entrincheirados na siderúrgica Azovstal, em Mariupol, temem um ataque final nesta véspera da comemoração em Moscou. A ONU e a Cruz Vermelha Internacional encerraram nas últimas horas a retirada de todas as mulheres, crianças e idosos que estavam no complexo industrial do sudeste da Ucrânia. O governo ucraniano pediu à ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), na noite de sábado (7), para organizar uma missão para evacuar e tratar os soldados refugiados na siderúrgica.

O líder checheno Ramzan Kadyrov, um aliado próximo de Putin, anunciou hoje que combatentes da república russa do Cáucaso assumiram o controle da maior parte da cidade ucraniana de Popasna, no leste do país.

Na mesma região, o governador de Lugansk, Sergei Gaidai, revelou que 60 pessoas estão desaparecidas, após um ataque aéreo russo ao vilarejo de Bilogorivka, que destruiu uma escola. "Havia um total de 90 pessoas, 27 foram salvas (...) 60 pessoas que estavam na escola provavelmente estão mortas", apontou o governador em sua conta no Telegram.

"O inimigo não cessa as operações ofensivas na zona operacional do leste para estabelecer o controle total sobre o território das regiões de Donetsk, Lugansk e Kherson, e para manter o corredor terrestre entre esses territórios e a Crimeia ocupada" desde 2014, informou o Estado-Maior ucraniano nesta manhã. A mesma fonte afirmou que na região de Donetsk, as tropas russas continuam suas operações ofensivas, e que a situação está "tensa" do lado da Moldávia.

Do lado russo, o ministério da Defesa reivindicou a destruição do "posto de comando de uma brigada mecanizada" na região de Kharkiv (leste), bem como "do centro de comunicação do aeródromo militar de Chervonoglinskoy, perto da aldeia de Artsyz".

Além disso, a defesa aérea destruiu "mais dois bombardeiros Su-24 ucranianos e um helicóptero Mi-24 da força aérea ucraniana sobre a Ilha das Serpentes, e um veículo aéreo não tripulado Bayraktar-TB2 foi abatido perto da cidade de Odessa", segundo a mesma fonte.

Zelensky no G7

Os líderes do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), atualmente sob a presidência do chanceler alemão, Olaf Scholz, se reúnem por videoconferência para fazer um balanço da guerra. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá participar das discussões.

O Reino Unido anunciou que fornecerá uma ajuda militar adicional de US$ 1,6 bilhão para Kiev.

Com AFP

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