Líbia: União Africana apela às partes em conflito para silenciarem as armas

O Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, acompanha com preocupação a recente evolução da insegurança em Trípoli e apela às partes em conflito para silenciarem as armas.

Lusa


Num comunicado divulgado este domingo (24.07), a União Africana (UA) afirma que Moussa Faki Mahamat pede às partes em conflito naquele país africano para se "absterem de qualquer forma de violência por respeito pelas aspirações de paz do povo líbio".

© Yousef Murad/AP Photo/picture alliance

"O presidente deplora a perda de vidas resultantes dos confrontos de ontem (sábado) entre grupos armados rivais e salienta que a segurança dos civis é uma obrigação à luz do direito humanitário internacional", adianta-se no comunicado da UA.

Moussa "reitera o empenho contínuo da União Africana em apoiar o processo de paz na Líbia através do seu Roteiro para a Reconciliação, liderado pelo Comité Ad Hoc de Alto Nível da UA para a Líbia, presidido Sassou Nguesso, Presidente da República do Congo".

O responsável "insta ainda todos os atores políticos, no interesse de uma paz e segurança duradouras, a redobrar os seus esforços para encontrar soluções para a crise atual e a colocar o interesse da Líbia e do povo líbio acima de todas as outras considerações", acrescenta-se no comunicado.

Pelo menos 13 pessoas, incluindo uma criança, foram mortas e outras 30 ficaram feridas durante confrontos armados entre milícias rivais líbias registados na sexta-feira de madrugada em Tripoli, e que foram retomados após breve acalmia.

Pânico nas ruas

Os combates regressaram às ruas da cidade líbia com trocas de tiros na zona leste, perto do complexo universitário de Tripoli e do Centro Médico de Tripoli (TMC), onde muitas pessoas procuraram refúgio durante a noite para escapar aos incidentes, indicaram ‘media' líbios e jornalistas da agência noticiosa AFP.

Os confrontos, que eclodiram pouco depois da meia-noite e semearam o pânico nas ruas e jardins muito frequentados durante as noites de verão, opuseram dois influentes grupos do oeste da Líbia, a Força al-Radaa (Dissuasão) e a Brigada dos Revolucionários de Tripoli.

Os confrontos "provocaram 13 mortos, incluindo uma criança de 11 anos, e 30 feridos”, indicaram os serviços de emergência médica da capital, citados pela cadeia televisiva Libya al-Ahrar.

Outra brigada, designada "444”, interveio para tentar uma mediação e posicionou os seus veículos armados numa zona-tampão numa rotunda em Fornaj (leste de Tripoli), antes de ser também alvo de intensos disparos, precisou a AFP.

Os mais recentes incidentes entre milícias ocorreram em 10 de junho e resultaram na morte de um dos seus membros, mas desde há vários anos que não se registavam vítimas civis na capital.

Estes confrontos são um sintoma do caos sintomático que afeta a Líbia desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011, e que ainda não foi debelado.

A situação securitária no país, localizado do norte de África, permanece muito precária, com recorrentes tensões entre grupos armados no oeste.

Desde março, dois governos disputam o poder, um instalado em Tripoli e formado no início de 2021 sob os auspícios da ONU para conduzir o processo de transição até às eleições; e outro executivo formado em março e apoiado pelo parlamento, provisoriamente instalado em Syrte por não conseguir assumir as suas funções na capital.

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