Pequim busca 'moldar o mundo' com ações no mar do Sul da China, diz ministro da Defesa australiano

O ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles, afirmou que a China está buscando exercer soberania sobre o mar do Sul da China, o que é abertamente contrário à interpretação estabelecida na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Além disso, os australianos devem ter a coragem de defender seu país.

Sputnik

Em uma entrevista neste domingo (3) ao Sky News Australia, Marles disse que Pequim, e em particular suas ações no mar do Sul da China, representam uma ameaça direta para a Austrália, bem como para a "ordem global baseada em regras".

O primeiro-ministro interino Richard Marles anuncia a prorrogação por dois anos os mandatos de três dos líderes mais graduados dos militares. Foto: NCA NewsWire / Martin Ollman

Marles destacou também que um terço do transporte marítimo do mundo passa através da área que Pequim quer controlar, além de referir os planos chineses de reintegrar Taiwan.

"Penso que a China está buscando moldar o mundo ao seu redor de uma maneira nunca vista antes e que apresenta desafios para nós", disse o ministro.

"É importante que, em nosso relacionamento com a China, tenhamos a coragem de expor claramente nossos interesses nacionais quando são diferentes da ação chinesa, temos feito isso e continuaremos fazendo", acrescentou Marles.

De acordo com o chefe da pasta da Defesa, a via navegável é crucial para a Austrália porque permite viajar entre dois de seus cinco principais parceiros comerciais, a Coreia do Sul e o Japão.

"É importante que enfrentemos esses desafios. Não podemos dar passos atrás em relação a isso", ressaltou.

Entretanto, na cúpula da OTAN que teve lugar em Madri no final de junho, onde a Austrália foi convidada como parceiro estratégico, a China foi designada "desafio sistemático" e uma ameaça aos interesses, segurança e valores ocidentais.

Na semana passada, a Aliança Atlântica aprovou um novo conceito estratégico para os próximos dez anos, criticando a China pela primeira vez em mais de 70 anos de existência do bloco militar.

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