Lavrov aponta para os riscos da militarização da região Ásia-Pacífico impulsionada pela penetração da OTAN

De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, a atenção também foi dada ao sistema de coordenação da ASEAN, num espírito de diálogo construtivo e não politizado e de cooperação criativa.


TASS

MOSCOU - O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, falando na Cimeira da Ásia Oriental, destacou os riscos de militarização da região Ásia-Pacífico impulsionados pelos esforços da OTAN para penetrar na região, de acordo com um comunicado publicado no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov © Alexander Shcherbak/TASS

"Foi dada especial atenção aos riscos de militarização da Ásia Oriental no contexto da penetração das forças e infra-estruturas da NATO nesta região, com base nos mecanismos de bloqueio de dissuasão de rede criados pelo Ocidente, promoção do projeto de confronto AUKUS, que prevê a implantação de um complexo militar-estratégico com componente nuclear na região", observou o ministério.

Os diplomatas também salientaram que durante a troca de pontos de vista sobre questões-chave da agenda para a região Ásia-Pacífico, "a posição consistente da Rússia em apoio ao fortalecimento da arquitectura de segurança igual e indivisível na região, e na garantia de uma forte dinâmica de desenvolvimento" foi trazida à tona a atenção dos parceiros. "Foi sublinhada a importância de preservar os mecanismos de cooperação multilateral que operam no âmbito do sistema de coordenação da ASEAN, no espírito de um diálogo construtivo e não politizado e de uma cooperação criativa baseada nos princípios do consenso, do respeito mútuo e da consideração de interesses", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros Russo. Ministério acrescentou.

Além disso, o ministério disse que, durante o evento, foi destacada a importância de aumentar o trabalho prático no âmbito da Cimeira da Ásia Oriental, "incluindo a implementação de iniciativas russas nas áreas de resposta a ameaças epidémicas, desenvolvimento da indústria do turismo , e o estabelecimento de contatos sustentáveis ​​entre organizações voluntárias na região Ásia-Pacífico."

"O lado russo confirmou o foco na formação de um quadro sólido de cooperação interestadual na região através da conjugação do potencial de mecanismos multilaterais que trabalham no espírito de codesenvolvimento positivo, incluindo o fortalecimento da interação construtiva entre a ASEAN e a SCO e a EAEU", concluiu a declaração.

Sobre a cimeira

A Cimeira da Ásia Oriental foi inaugurada hoje na capital da Indonésia, Jacarta. Essas cimeiras são realizadas uma vez por ano em conjunto com os eventos de outono da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Lavrov representa a Rússia na cimeira.

A Cimeira da Ásia Oriental foi criada em 2005 como uma plataforma para o diálogo estratégico entre os líderes da região Ásia-Pacífico sobre questões prementes de garantia da segurança e do crescimento económico e da promoção da cooperação prática. O fórum conta com a participação de países da ASEAN (Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Filipinas, Singapura, Tailândia e Vietname) e dos seus parceiros de diálogo (Rússia, Austrália, China, Índia, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Estados Unidos Estados Unidos e Japão). Timor-Leste, como candidato à adesão à ASEAN, foi convidado para os eventos da Cimeira da Ásia Oriental deste ano.

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