TSE exclui Forças Armadas da fiscalização das urnas eletrônicas

O STF também foi retirado da lista das entidades fiscalizadoras


TV Cultura

O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta terça-feira (26) uma alteração na Resolução nº 23.673/2021, atualizando a lista de entidades legitimadas a fiscalizar o processo eleitoral brasileiro. Por unanimidade, as Forças Armadas, assim como o Supremo Tribunal Federal (STF), deixam de integrar as instituições autorizadas a acompanhar as fases de auditoria das urnas eletrônicas e dos sistemas eleitorais.

Alexandre de Moraes | Reprodução/Secom

O presidente do TSE Alexandre de Moraes foi o relator responsável do caso. O ministrou destacou a importância das Forças Armadas no transporte das urnas, mas enfatizou que, como entidade fiscalizadora, não se mostrou necessária. Moraes ainda apontou que a atividade é incompatível com as funções constitucionais do órgão.

Sobre o STF, afirmou que cabe a Corte a análise de eventuais ações e recursos propostos contra decisões do TSE. Portanto, não haveria necessidade de integrar o rol das entidades fiscalizadoras.

Além das mudanças apontadas, os ministros também incluíram o Teste de Integridade com Biometria, que define as regras para a realização dos procedimentos de fiscalização para habilitar as urnas eletrônicas a partir de impressões digitais.

A testagem com Biometria, prevista para ocorrer a partir das Eleições Municipais de 2024, será aplicada em ao menos cinco capitais brasileiras e no Distrito Federal. Segundo comunicado do TSE, o objetivo é facilitar a participação de eleitoras e eleitores, que serão convidados a contribuir depois de votarem normalmente.

Veja quais são as instituições autorizadas a participar das etapas de fiscalização:

I - partidos políticos, federações e coligações;
II - Ordem dos Advogados do Brasil;
III - Ministério Público;
IV - Congresso Nacional;
V - Controladoria-Geral da União;
VI - Polícia Federal;
VII - Sociedade Brasileira de Computação;
VIII - Conselho Federal de Engenharia e Agronomia;
IX - Conselho Nacional de Justiça;
X - Conselho Nacional do Ministério Público;
XI - Tribunal de Contas da União;
XII - Confederação Nacional da Indústria, demais integrantes do Sistema Indústria e entidades corporativas pertencentes ao Sistema S;
XIII - entidades privadas brasileiras, sem fins lucrativos, com notória atuação em fiscalização e transparência da gestão pública, credenciadas junto ao TSE; e
XIV - departamentos de tecnologia da informação de universidades credenciadas junto ao TSE.

Como funciona o Teste de Integridade?

Ainda de acordo com o TSE, o Teste de Integridade ocorre no dia das eleições e consiste em um batimento para confirmar se o voto digitado pelo eleitorado foi corretamente contabilizado. Todo o processo é filmado e conta com o acompanhamento de uma empresa de auditoria externa, contratada por licitação.

No ano passado, 641 urnas de todo o país, escolhidas aleatoriamente, passaram pelo procedimento de auditoria. Entre elas, 58 foram testadas no Projeto Piloto com Biometria. Nenhuma divergência foi detectada em ambas as modalidades.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem