Israel mobiliza 300 mil reservistas para imensa operação terrestre na Faixa Gaza

As forças israelenses se preparam para o que promete ser uma gigantesca manobra terrestre na Faixa de Gaza. A imprensa francesa aponta para a mobilização de cerca de 300 mil reservistas, o maior contigente da história do Estado hebreu.


RFI

"O mundo prende a respiração" é a manchete do jornal Le Parisien, que destaca os riscos que essa operação pode suscitar à região. As últimas declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deixam claro seu objetivo de erradicar o Hamas, que espera que seja "esmagado".

Veículos militares israelenses e soldados de uma unidade de artilharia se reúnem perto da fronteira de Israel com a Faixa de Gaza, no sul de Israel, em 12 de outubro de 2023. REUTERS - RONEN ZVULUN

Para cumprir essa promessa de dizimar grupo islâmico, "Israel está em ordem de batalha" afirma o jornal Libération em sua manchete. O diário ressalta "um impressionante arsenal militar" posicionado ao longo do enclave palestino. Um jornalista do Libé que está no sul de Israel acompanhou os preparativos.

Entre os militares, há jovens reservistas que jamais entraram em ação. "Vários fazem parte da juventude hipster de Tel Aviv", diz a matéria enumerando alguns dos entrevistados: dois engenheiros de start-ups, um empregado de uma marca de luxo, um roteirista de TV, um funcionário de RH.

"Gabinete de guerra"

A mobilização ocorre paralelamente ao início dos trabalhos do "gabinete de guerra" e do governo de emergência anunciados na quarta-feira (11) por Netanyahu. No entanto, segundo Richard Hecht, porta-voz do exército israelense, nada foi decidido até o momento. "Estamos nos preparando para as próximas etapas da guerra, elaboramos múltiplos planos operacionais", indicou.

Nesta madrugada as forças israelenses realizaram uma imensa operação aérea contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza. Em resposta, o grupo islâmico lançou foguetes contra o território israelense, alegando que um campo de refugiados, no norte do enclave, teria sido bombardeado por Israel.

Segundo o Ministério palestino da Saúde, o número de mortos na Faixa de Gaza desde o início desta nova escalada de violência subiu para 1.354. Já o balanço de óbitos do lado de Israel é de mais de 1.300, entre eles, há ao menos 99 estrangeiros ou pessoas com dupla nacionalidade.

Governo de emergência

O jornal Le Figaro lembra que o governo de emergência contará com um importante membro da oposição, o ex-ministro da Defesa e líder da coalizão centrista União Nacional. Com a integração deste ex-general do exército, o governo israelense terá uma sólida maioria no Parlamento.

No entanto, o comunicado conjunto divulgado por Netanyahu e Gantz precisa que "nenhum projeto de lei ou decisão não relacionada ao andamento da guerra será proposta". Isso significa que a reforma judiciária desejada pelo premiê que levou milhares de pessoas às ruas de Israel está em pausa.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem