Israel bombardeia Gaza e maior hospital em funcionamento fica sob cerco

O maior hospital em funcionamento de Gaza estava sitiado, nesta sexta-feira, na guerra de Israel contra o grupo islâmico Hamas, deixando pacientes e médicos desamparados no caos, enquanto aviões de guerra atacavam Rafah, o último refúgio dos palestinos no enclave, segundo autoridades.


Por Nidal al-Mughrabi | Reuters

CAIRO - As forças israelenses disseram na quinta-feira que invadiram o complexo de saúde, e imagens mostraram gritos e tiros em corredores escuros, em uma incursão que gerou um novo alarme sobre o destino de centenas de pacientes e profissionais da área médica, além dos muitos palestinos deslocados que buscaram abrigo no local para fugir dos combates.

Casa atingida por ataque israelense em Rafah, sul de Gaza 16/2/2024 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

Os militares israelenses chamaram a incursão no Hospital Nasser de "precisa e limitada" e disseram que ela se baseou em informações de que militantes do Hamas estavam escondidos e mantinham reféns na instalação, com alguns corpos de prisioneiros possivelmente lá.

O Ministério da Saúde de Gaza afirmou nesta sexta-feira que cinco pacientes do hospital morreram na terapia intensiva em decorrência da falta de energia e da interrupção do fornecimento de oxigênio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que estava tentando chegar ao Hospital Nasser, após o ataque israelense.

"Ainda há pacientes gravemente feridos e doentes dentro do hospital", disse o porta-voz da OMS Tarik Jasarevic.

"Há uma necessidade urgente de fornecer combustível para garantir a continuidade da prestação de serviços que salvam vidas... Estamos tentando obter acesso porque as pessoas que ainda estão no complexo médico Nasser precisam de assistência."

Os militares israelenses disseram que as tropas haviam detido mais de 20 palestinos que, segundo eles, estavam envolvidos no ataque de 7 de outubro e detiveram dezenas de outros para interrogatório. Os soldados também encontraram munição e armas no hospital.

O Ministério da Saúde de Gaza informou, no início desta semana, que havia 10.000 pessoas abrigadas no hospital, mas que muitas haviam saído porque temiam que o ataque israelense fosse iminente.

A guerra começou quando o Hamas enviou combatentes para Israel, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo 253 reféns, de acordo com os registros israelenses.

Desde então, a ofensiva aérea e terrestre de Israel devastou a minúscula Gaza, matando 28.775 pessoas, também em sua maioria civis, segundo as autoridades de saúde palestinas, e forçando quase todos os seus mais de 2 milhões de habitantes a deixarem suas casas.

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