Jordânia diz que restrições à mesquita de Al-Aqsa em Israel correm risco de "explosão"

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, disse na segunda-feira que as restrições impostas por Israel ao acesso dos fiéis muçulmanos ao complexo da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, durante o mês de jejum muçulmano, estão a empurrar a situação para uma "explosão".


Por Suleiman Al-Khalidi | Reuters

Amã - Em declarações à mídia estatal, Safadi disse que seu país, que supervisiona o local sagrado, rejeitou a medida anunciada por Israel de limitar o acesso durante o Ramadã, citando necessidades de segurança com a guerra em Gaza.

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, fala durante uma coletiva de imprensa conjunta com o arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, em Amã, Jordânia, em 11 de março de 2024. REUTERS/Jehad Shelbak

"Alertamos que profanar a santidade da mesquita de Al-Aqsa é brincar com fogo", disse Safadi em entrevista coletiva conjunta com o ministro das Relações Exteriores do Vaticano, arcebispo Paul Gallagher.

O complexo, o terceiro santuário mais sagrado do Islã, é também o local do lugar mais sagrado para os judeus que o conhecem como Monte do Templo. Tem sido um ponto de conflito de longa data.

A Jordânia ecoa a visão palestina de que tais restrições aos fiéis muçulmanos, que já enfrentam a guerra e a fome em Gaza, foram um ataque à liberdade de culto.

Depois que o ministro da Segurança israelense, Itamar Ben Gvir, disse recentemente que queria restrições mais duras, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que os números admitidos seriam semelhantes aos do ano passado.

"Não permitir que os fiéis cumpram seus deveres religiosos e seus rituais neste mês sagrado e restringir a liberdade de entrar na mesquita de Aqsa, tudo isso empurra para uma situação explosiva que é o que estamos alertando", acrescentou Safadi.

Israel também estava arriscando uma violência mais ampla na Cisjordânia ocupada por Israel pelo que Safadi disse serem medidas unilaterais israelenses para mudar o status quo, citando a construção acelerada de assentamentos judaicos em terras árabes e o que ele chamou de intensificação de "ataques terroristas de colonos armados contra aldeões palestinos".

"A Cisjordânia está fervendo", acrescentou Safadi.

A Cisjordânia ocupada por Israel tem visto desde a guerra de Gaza uma onda de confrontos, com cerca de 400 palestinos mortos em confrontos com as forças de segurança ou colonos judeus.

A maioria das potências mundiais vê como assentamentos ilegais que Israel construiu em terras que capturou em uma guerra de 1967 com potências árabes.

O mês sagrado do Ramadã ocorreu em um momento em que os palestinos no enclave estavam morrendo de fome com Israel usando alimentos como arma de guerra, disse Safadi.

"O Ramadã vem com Gaza bombardeada por Israel e mulheres incapazes de encontrar comida para seus filhos e cinco meses que se passaram com o mundo falhando em preservar a miséria humana", disse Safadi.

A campanha implacável de Israel em Gaza causou alarme crescente em todo o mundo, já que o risco crescente de fome ameaça aumentar um número de mortos que já passou de 31.000.

Israel nega que seja responsável pela fome generalizada ou pela guerra contra civis.

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