UE condena restrições israelitas à entrada de ajuda humanitária em Gaza

Josep Borrell pede "investigação internacional imparcial" sobre carnificina em local de ajuda alimentar no enclave palestiniano


Burak Bir | Agência Anadolu

LONDRES - A União Europeia condenou as restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária em Gaza, disse o chefe de política externa do bloco neste sábado.

Josep Borrell

Em comunicado, Josep Borrell recordou o recente ataque israelita contra civis no enclave sitiado, sublinhando que é "injustificável".

As forças israelitas abriram esta quinta-feira fogo contra uma multidão de palestinianos que aguardavam ajuda humanitária na Cidade de Gaza, deixando pelo menos 112 palestinianos mortos e 760 feridos.

"Solicitamos uma investigação internacional imparcial sobre este trágico evento, permitindo uma imagem clara dos eventos e responsabilidades", disse ele, instando Israel a cumprir as regras do direito internacional e proteger a distribuição de ajuda humanitária às populações civis.

Ele disse que os combates ininterruptos e o desrespeito ao Direito Internacional Humanitário levarão ao "caos completo", tornando impossível a distribuição de ajuda humanitária.

"A responsabilidade por este incidente recai sobre as restrições impostas pelo exército israelita e as obstruções de extremistas violentos ao fornecimento de ajuda humanitária", acrescentou Borrell.

Ele pediu a Israel que "coopere totalmente" com as agências da ONU e outros atores humanitários envolvidos na resposta humanitária e permita o acesso humanitário livre, desimpedido e seguro através de todos os pontos de passagem.

"Condenamos as restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária e à abertura de pontos de passagem", disse Borrell, acrescentando que a UE também insta Israel a remover imediatamente os obstáculos na passagem de Kerem Shalom e abrir o acesso no norte nas passagens de Karni e Erez, a abrir o porto de Ashdod à ajuda humanitária e a permitir um corredor humanitário direto da Jordânia.

"Uma pausa humanitária imediata, levando a um cessar-fogo duradouro, é urgentemente necessária para permitir a entrega em larga escala de ajuda humanitária e a proteção de civis em Gaza."

Mais de 30.000 palestinos morreram em ataques israelenses na Faixa de Gaza desde a incursão de 7 de outubro do grupo palestino Hamas. A campanha também levou a deslocamentos em massa, destruição e escassez de bens de primeira necessidade.

Israel é acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça, e uma decisão provisória em janeiro ordenou que Tel Aviv interrompesse atos genocidas e tomasse medidas para garantir que a assistência humanitária seja fornecida aos civis em Gaza.

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