Operação Atlântico: Brasil responde à IV Frota?

Preocupadas com a proteção das recém descobertas reservas de Petróleo na costa brasileira as Forças Armadas realizarão em setembro o maior exercício militar combinado da América Latina em 2008. A Operação Atlântico vai concentrar no Rio de Janeiro 9 mil militares. Estão previstos o engajamento de quase todos os meios navais disponíveis, além de tropas das Brigadas Pára-quedista e de Operações Especiais.



Kaiser Konrad

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“Aqui Estamos”. Este é o recado que os militares brasileiros pretendem enviar aos Estados Unidos após a reativação da IV Frota. O temor de ingerência em nossas águas e a hipotética invasão como a que aconteceu 2003 no Iraque deixaram de ser uma neurose exclusiva da caserna e chegou ao Congresso.

Ontem os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), João Pedro (PT-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF), visitaram o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, para pedir explicações sobre a Quarta Frota naval americana.

Ingenuidade parlamentar

“Viemos manifestar nossa estranheza com relação à questão da Quarta Frota, ainda mais pelo fato de o presidente Bush tomar a decisão no final do seu mandato. Fizemos um apelo para que a frota não venha, pois vai criar um mal-estar desnecessário”, afirmou Simon ao fim da reunião. Segundo o senador, o presidente americano deveria deixar essa decisão “para o próximo governo”.

O que o senador Simon não sabe é que existem países com políticas de Estado e outros só de Governo. Deixar para depois é uma característica dos governantes brasileiros, que não têm a capacidade de assumir riscos em suas decisões e passam “a bola para os outros”, como foi feito com o programa FX de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira. A questão passou de FHC a Lula e até agora não saiu do papel.

Estes parlamentares deveriam visitar o presidente brasileiro e cobrar uma posição efetiva sobre a modernização dos meios militares, assim estariam fazendo um grande serviço e mostrando seus interesses em prol da Defesa Nacional. Os contatos com a Embaixada americana poderiam ficar para o Itamaraty.

Os parlamentares brasileiros agora temem os americanos, mas se isentaram da responsabilidade e não fizeram discursos contundentes como este na hora de aprovar recursos suplementares para que as Forças Armadas se modernizassem, ofuscando assim olhares cobiçosos e fazendo frente às potenciais ameaças estrangeiras à soberania nacional.

A Questão Antártica

Os americanos reativaram a Quarta Frota por ser a região do Atlântico Sul um dos cenários de maior potencial conflitivo no planeta. Além dos recursos minerais recém descobertos em águas brasileiras, os americanos olham para seu futuro e vêem a questão da partilha da Antártida como uma de suas principais preocupações. O engajamento de argentinos, chilenos e britânicos e os olhares de Chávez levaram os “irmãos do norte” a se preocupar mais com esta questão.

Em entrevista a Defesanet, um importante cientista da Agência Espacial Européia afirmou que existe a possibilidade de uma guerra acontecer no Atlântico Sul nos próximos 25 anos. E o Brasil estará preparado? Será com aviões Bandeirulha e poucos submarinos que vamos defender nossos interesses no mar? Essas questões não foram levantadas por nossos políticos muito menos têm sido motivo de discursos acalorados no Congresso.

O Brasil necessita pensar estratégicamente e investir em equipamentos militares, dissuadindo assim àqueles contrários aos nossos interesses. O influente jornal The Telegraph, sempre próximo aos círculos militares ingleses publicou no dia 08 de Julho matéria sobre a crescente preocupação dos ingleses com o governo argentino, e a surpreendente aproximação da presidenta Cristina Kirchner com os militares, e também alerta sobre a mobilização de outros países. Mencionam inclusive a disposição dos russo de enviarem tropas especias para operar na Antárdida.

2 Comentários

  1. Realmente a preocupação procede, porque os EUA recriam uma frota naval no Atlântico Sul, onde não existe nenhum inimigo potencial?

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  2. O movimento se deve ao contrário do que todos pensam, simplesmente por pura política do governo americano, não só do Bush, mas de todo um governo de inteligência. Quando os EUA entram em crise interna, eles apelam fazendo guerra e pressionando os outros. Brasil durma em paz.

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