Exército brasileiro adquire 240 tanques Leopard 1A5

O recente anuncio da aquisição por parte do exército brasileiro de 240 carros de combate Leopard-1, na sua versão A5, surgiu de uma forma um pouco surpreendente.

Embora ainda não se conheçam muitos detalhes sobre os planos exactos do exército brasileiro para a incorporação desses veículos, há algumas notas que podemos tomar relativamente ao que se espera para o futuro próximo.

Antecedentes da compra

Quando em 1997 o Brasil começou a receber os seus primeiros carros de combate Leopard-1, abriu-se uma nova página na história das forças blindadas brasileiras ao romper com o que até ali tinha sido a adopção de veículos blindados de origem norte-americana. Desde os M-8 com tracção 6x6 de que resultou a família de blindados sobre rodas URUTU/CASCAVEL passando pelos pequenos M3 e pelo M-41C, também de origem norte-americana.

O M-41C, foi aliás durante muito tempo, o mais poderoso carro de combate do exército brasileiro. Durante os anos 80, a industria brasileira procedeu ao repotênciamento dos M-41C, procedendo a alterações significativas, entre as quais esteve a alteração do calibre de 76mm para 90mm, trabalhando o diâmetro interior do cano da peça principal do carro.

Esteve também em apreciação o fabrico no Brasil de um carro de combate principal, que se chamaria Osório, do qual chegaram a ser fabricados protótipos, de que resultaram o EE-T1 e EE-T2, que no entanto nunca chegaram a ser fabricados. Entre as razões para o cancelamento do projecto encontraram-se a dificuldade em encontrar comprador no mercado internacional, e o desinteresse do exército brasileiro, num período de hiperinflação, em que ainda por cima se assistia a uma redução da força militar argentina, sempre vista pelos militares brasileiros como a principal ameaça militar terrestre.

Com o fim do projecto brasileiro de um tanque próprio (como oposição ao TAM argentino) e sendo evidente que as forças armadas brasileiras se encontravam nos anos 90 numa situação de clara inferioridade foi decidido adquirir carros de combate em segunda mão.

Foram adquiridos 128 Leopard-1 adquiridos à Bélgica e posteriormente mais uma centena de M-60A3/TTS adquiridos aos Estados Unidos, e que foram até recentemente os mais poderosos carros de combate ao serviço na América do Sul.

Porém, outras necessidades começaram a tornar-se evidentes:

Por um lado, tratando-se de veículos com alguns anos e sendo conhecidas as condições de clima que não ajudam à conservação dos veículos, as necessidades de manutenção dos veículos mais antigos têm tornado a garantia de operacionalidade dos veículos cada vez mais cara.

Vários países da América do Sul anunciaram novas compras de equipamentos militares, deixando o Brasil numa situação desvantajosa e algo comprometedora.

Leopard-1 da Bélgica: Os primeiros Leopard

Os primeiros blindados Leopard brasileiros são como sabemos de origem belga. Aquele pais europeu adquiriu os seus primeiros Leopard-1 em 1968. Logo em 1975 sofreram uma pequena alteração, com a inclusão de caixas de transporte laterais e de uma manga térmica na peça principal de 105mm.

Estavam também equipado com sistema de controlo de tiro com que incluia equipamento óptico parcialmente controlado por um computador rudimentar.

EEm 1986, começou um extensivo programa de modernização que passou pela modernização do sistema de controlo de tiro, equipado com um visor térmico (que permite ver os alvos de noite identificando o calor que emitem) e telémetro a laser (equipamento para determinar a distância do alvo), mas apenas 132 tanques foram modernizados, não se procedendo a qualquer alteração nos restantes. Desses restantes (fabricados entre 1968 e 1970) 128 unidades foram vendidas ao Brasil.

Portanto, isto deixa o Brasil com carros de combate Leopard-1 que na passagem do milénio, têm trinta anos de idade, tendo os seus sistemas de controlo de tiro algo desactualizados.

Aliás, o Brasil vai colmatar essa brecha com a aquisição pouco depois de cerca de uma centena de carros M-60A3/TTS, que eram efectivamente mais sofisticados que os Leopard comprados da Bélgica, por possuírem um sistema de visão térmica e controlo de tiro globalmente mais sofisticado..

A presença destes dois tipos de blindados no exército brasileiro, implicou naturalmente a existência de dois canais distintos para fornecimento de peças de reposição, com os custos que isso necessariamente implica.

No inicio os carros de combate M-60 foram colocados no sul do país, no estado do Rio Grande do Sul, onde se considera pelo menos em teoria estarem as principais ameaças pelo menos do ponto de vista teórico, tendo sido deixado aos carros Leopard-1, funções que se podem considerar de segunda linha, e isto mesmo tendo o Brasil continuado a operar algumas quantidades cada vez menores de carros M41C, que foram modernizados nos anos 80 pela própria industria brasileira.

O Leopard-1A5 de origem alemã

O processo de modernização dos Leopard, foi naturalmente também considerado no seu país de origem a Alemanha, onde entre 1986 e 1992 um total de 1300 carros de combate foram modernizados.

A principal e mais significativa alteração aos anteriores Leopard-1 foi no sistema de controlo de tiro. O novo sistema EMES-18 da Atlas-Elektronik (agora chamada Rheinmetal Defense), que inclui um sistema de visão térmica

Além disso, entre as outras grande diferenças - que permitem identificar exteriormente o Leopard1-A5 é o perfil da torre, que tem um novo desenho e um reforço adicional lateral que acaba por alterar o perfil, ao mesmo tempo que aumenta consideravelmente a protecção.

A protecção, também é aumentada com a inclusão de «saias» blindadas na lateral do veículo.

O sistema de controlo de tiro do Leopard-1A5, é idêntico ao que foi instalado no mais pesado e melhor armado Leopard-II que é a família de tanques que complementou e substituiu o Leopard-1 na Europa.

Trata-se de um equipamento relativamente moderno e também adequado para as necessidades do Brasil.

Nos dias de hoje, continua a existir em muitos meios brasileiros uma certa nostalgia relativamente aos carros de combate desenhados pela ENGESA EE-T1/T2 Osório), que poderiam eventualmente ter permitido ao Brasil uma certa independência no fabrico de carros de combate pesados, que hoje não tem.

Também é afirmado que o Osório era mais adequado para as realidades brasileiras por o seu peso ser inferior aos carros de combate europeus e americanos que acabaram sendo fornecidos em segunda-mão ao exército brasileiro.

Existindo provavelmente alguma lógica nesse raciocínio, a realidade é que em todos os países e forças armadas do mundo, os carros de combate não estão a ficar mais leves nem menos blindados. O movimento é exactamente o contrário.

Nas proximidades do Brasil, começam a aparecer exércitos com carros de combate pesados, como é o caso do Leopard-IIA4 que o Chile vai receber, que demonstram que a “realidade brasileira” é também condicionada pela realidade dos países vizinhos.

O peso dos carros de combate, muitas vezes apontado como um grande problema, é hoje relativamente tratado pelas carretas de transporte, com grande numero de rodas, que distribuem o peso pelo chão, tornando um transporte de um tanque menos prejudicial que o transporte de mercadorias em veículos pesados.

Os carros Leopard-1A5 que deverão equipar o exército brasileiro nos próximos anos, relegando os Leopard mais antigos para reserva ou para unidades secundárias, são adequados para as potenciais ameaças que se podem deparar ao país.

As ameaças no sul do país, na fronteira com a Argentina, Uruguai e Paraguai, são cada menores, pois a possibilidade de integração entre as economias dos países do cone sul tornará inviável confrontações militares no futuro.

Embora outras nuvens se levantem de outras direcções, não é credível que outros países do continente tenham capacidade não só para possuir forças em quantidade suficiente para defrontar qualquer força blindada brasileira (necessariamente apoiada por forças adicionais combinadas) como também não é previsível que tenham capacidade para projectar essas forças dentro das fronteiras do país.

Embora o norte do Brasil se esteja a mudar com o tempo, e o numero de vias de acesso se multiplique, essas vias ainda são em numero muito pequeno, o que transforma qualquer avançada blindada, numa enorme coluna de veículos que facilmente podem ser descobertos e neutralizados.

Os únicos carros de combate que poderiam estar em vantagem táctica sobre os Leopard-1A5, são os futuros Leopard-IIA4 do Chile. Mas neste caso trata-se de um país que utiliza tais veículos em missões de defesa e não possui capacidade para projectar esses veículos para fora das suas fronteiras a distâncias significativas.

A opção por estes veículos, vem confirmar a necessidade de o Brasil dispor de meios capazes para com alguma facilidade proceder à transferência de unidades pesadas para algum ponto do território Brasileiro. Essa capacidade, se for desenvolvida, permitirá também desenvolver a capacidade brasileira para em caso de necessidade participar em operações substanciais de manutenção e imposição de Paz em qualquer região limítrofe, onde for achado necessário utilizar meios pesados.

Areamilitar.net

23 Comentários

  1. Enquanto isso a Índia adquiriu 350 tanques T-90 russos e montou uma fábrica com para fabricar mais 1.300 T-90, além de desenvolver projetos com os russos (vide o PRAVDA de 02/02/09).
    Daquí a pouco estaremos comprando T-90 da Índia. Marca touca Brasil!
    mauropiresdeamorim@hotmail.com

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  2. O MELHOR !!!


    Acreditem o M 60 A3 TTS é um tanque melhor do que qualquer outro Leopard da América Latina só não supera o Leopard 2 A 6 que só tem na Alemanha !!!!.
    Mas falta muito pouco para que o M 60 A TT S o alcance !! Basta que o EB saiba investir numa hábil repontencialização.

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  3. concordo plenamente, e além do mais o Brasil precisa reativar a Engesa para fabricação dos seus próprios tanques e carros e isso com recursos do governo federal e não particular.

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  4. O Brasil precisa ter pessoas sérias que sejam mais nacionalistas e se preocupem com umas das maiores riquezas do mundo e que também possuimos as milhas marítimas do mundo, então precisamos voltar a fabricar nossos próprios tanques de combate mesmo não havendo guerras, isto é recursos do próprio governo federal.

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  5. Não podemos deixar a Venezuela que perto do Brasil não passa de um paísinho pobretão que está no momento comprando muito armamento e querendo ser o lider da América do Sul, temos que impor respeito e agir rapitamente comprando muito equipamentos diversificados, isto porque possuimos muito dinheiro, também não devemos ficar esperando para o termino do submarino,COMPRE.

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  6. Sou nacionalista e patriota e vejo que o Brasil precisa ser mais esperto e largar mão de sermos muito devagar nessas negociações, adquira logo uma grande quantidade de aviões de guerra até poder construir o nosso e também não podemos ficar esperando terminar o submarino nuclear daqui 10 anos, compre logo um meia dúzia de nucleares para proteção da pátria.

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  7. É o Brasil ou melhor, o presidente e os comandantes das forças devem ter algum plano estratégico, não esses que ouvimos "dizer por ai", se for esses planos ai...lascou.
    O Brasil tem que se posicionar logo reabrir nossas fábricas deixar de lado a Regionalidade" de lado fortalecer desde o sul até o norte nosso território... senão posso ouvir no futuro meus netos falando outra língua, ai seria triste.

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  8. Substituir importados americanos por alemães não seria lá um grande negócio. Esse foi um tiro no pé em nossa indústria de defesa brasileira.

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  9. Õ Brail Para o Brasil meter medo na Venezuela e nos outros paises da amérca latina, e deixar os grando~e com umpé atrás é:

    10 Submarinos nucleares
    2000 Tanques M1A2 Abrams NOVOS.
    + 1 Porta Aviões
    200 caças Shukoi 47
    Renovar as nossa FAL 7.62 com mira noturna.
    Comprar Aviões com lança Misseis.
    Deixar as forças armadas mias atrativas, para o Brasil ter mais homens para servir a nossa patria.
    Compare
    USA: 1 Milhão e 200 mil homens nas forças armadas
    Rússia: 980 Mil homens nas forças Armadas
    BRASIL: 350 Mil homens nas forças armadas.
    O que fazer: Vcs acham que nos EUA, os caras servem o exército só pela pátria é, um soldado nos USA ganha mais de 15 mil doláres por mês, aqui no BRASIL são pouco mais de 3 mil por mês, exprementa dá 6 mil por mês pra um soldado, concerteza esse número aumenta cara.

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  10. o amigo anonimo pensa como eu.mas agente nunca vai ter nada disso,aki neste pai so se fala,enquanto a venezuela so compra,agente so fala,terrinha da novela.

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  11. Caraca, mas que analfabeto.."exprementa"...experimenta,oh cavalo!

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  12. O BRASIL PRECISA É DE JESUS CRISTO E NÃO DE BOMBA ATOMICA ! LEIA A BIBLIA EM NOME DE JESUS .

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  13. É de se lamentar a falta de compromisso de nossa classe política ao longo dos anos com o desenvolvimento e inovação tecnológica nacional. Em meados da década de 80 a indústria bélica nacional projetou e construiu o que na época era o melhor MBT do mundo o EE-T1 OSÓRIO. Graças a uma série de fatores como a pressão norte americana sobre a Arábia Saudita para que não comprasse o OSÓRIO, a Engesa viu-se em uma situação complicada, e o governo brasileiro da época nas mãos do Sr. Collor ao invés de fazer uma pequena encomenda a Engesa, preferiu se omitir e deixar ela falir. E agora estamos nós comprando tanques de segunda mão, sendo que poderíamos ter um tanque extremamente moderno e sobretudo um legítimo brasileiro para garantir a soberania nacional.Muito triste, uma vergonha nacional..

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  14. O anônimo, se o país for invadido, vc vá para a frente de combate com sua bíblia na mão, e fale para os inimigos pararem de atirar em nome de Jesus. Você verá o que vai te acontecer.
    Você já deu seu dízimo para sua igreja hoje? O pastor talvez precise de comprar um carro.
    Acorda Ô otário.

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  15. Tiago Rodrigues, você está com toda razão, o que o Collor fez foi uma vergonha nacional. E aquela marmota hoje é senador, estamos perdidos.
    Se as forças armadas brasileiras não derem um jeito de modernizarem vamos todos pagar o pato. Nós não iremos atacar ninguém, mas precisamos nos defender.

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  16. O exército e Aeronáutica deveriam estar nas fronteiras, todo o contingente. Dentro das cidades só a PM e a civil. Dizer para o mundo, que o avião que invadisse o espaço aéreo brasileiro sem autorização, vai para o chão. Monte na fronteira fortes de 50 a 50 km. de distância, controlado por avião não tripulado, temos que radicalizar ou continuaremos na merda que estamos.

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  17. Servi 8 anos na Legião Estrangeira Francesa, 2 anos e 1 mês na fronteira da Etiópia com Somália e sempre deu certo. Só uma vez os guerrilheiros Somalianos atravessaram, eram uns 15, estão todos no inferno. Nunca mais eles deram a cara.
    Por este motivo, falo das fronteiras brasileiras. Iremos acabar com o tráfico de drogas e armas, uns 85%.

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  18. Meus amigos. A historia ensina que o poder economico, populacional, industrial e territorial e o que vence guerras. Vejam os Estados Unidos, na segnda guerra mundial. As vesperas do conflito tinham um exercito pequeno e uma forca aerea ultrapasada. Mas tinham poder economico e populacional para entrar em duas guerras ao mesmo tempo. No inicio da guerra, mesmo relativamente desarmados, os EUA ja eram a maior potencia do mundo. A guerra provou isso.

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  19. PS.: esqueci de dizer, para completar. A economia chilena e menor do que a de Campinas. Eles nao tem industrias la. Dependem cmpletamente de fontes externas para fazer a manutencao de seus equipamentos. Sao obrigados a comprar mais vezes d que nos, porque nao sao capazes de repotencializar. Um pais que nao e capaz de fabricar nem mesmo uma agulha, definitivamente nao e uma ameaca militar para ser levada a serio. A unica ameaca seria qu
    E tivemos nas vizinhancas foi a Argentina. Nao e mais. Nossas ameacas vem do norte e nao serao vencidas com tanques ou porta-avioes, mas sim com uma poderosa frota de submarinos, avioes capazes de dominar os quatro cantos d Atlantico Sul e serem escondidos no nosso imenso territorio, nossos combatentes de selva, nossos misseis anti aereos, anti navios e anti carros, fabricados baratos por uma industria poderosa e sofisticada, espalhada pelo pis e impossivel de ser totalmente destruida - como acontece com a industria russa na segunda guerra.

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  20. Averdade que no momento o Brasile a potencia da america do sul mais nossos vizinho estão investindo pessado em armamentos para poder manter este controle seria ensencial a compra de um porta aviões da classe ninitez e uns 20 f22americanos e também no podemos esperar que o submarino nuclar fique pronto e nen que tecnoligia seja passada devemos compra no minimo uns 5 ja para garantir uma defesa e brasil tem que deixar de ter medo dos Estados Unidos e parar de ceder as suas presso~es por que se cedermos toda vez nos nunca vamos ter independencia militar sempre necisitando de armamento de outros paises devemos densenvolver nossa próprias armas esses fals do exercito ja estaõ ultrapassados deviriamos densenvolver um fuzil brasileiro e seria interessante um conflito para o brasil pois a hitória mostra que durante os conflitos foram que as tecnoligias militares mais se densenvolveram.

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  21. O Brasil só sabe ficar com RM (Resto de Rico) mesmo, já que é para gastar com defesa, porque estamos só com sucatas, então compre o o melhor do mundo, Leopard 2A6 e monte e gere emprego aqui em nosso território. Que decepção.

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  22. Para o Brasil circular e alcançar os diferentes pontos geográficos, necessita de vias de acesso, ou seja ótimas rodovias e ferrovias interligando este país continental, senão todo este poderio, carros blindados, baterias anti aéreas móveis, ficam restritas e guardadas em garagens da Vila Militar.

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  23. cara eu sou evangelico e sei que o brasil nessecita de deus e sou contra bombas nucleares mais o brasil tambem precisa de investir em defesa pois o brasil tem que proteger suas riquesas e seu territorio

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