Submarino da Marinha será financiado por bancos europeus

Consórcio pretende financiar R$ 882,4 milhões do R$ 1 bilhão do empreendimento

Roberto Godoy - O Estado de São Paulo

RIO DE JANEIRO - Um consórcio de bancos europeus vai financiar a aquisição de um novo submarino nuclear, da classe IKL-214, para o Comando da Marinha do Brasil. Segundo o Estado, o acordo de longo prazo - liderado pelo grupo ABN-Amro - prevê o pagamento de R$ 882,4 milhões do montante necessário, cabendo ao governo brasileiro responder pelos R$ 135,9 milhões restantes.

O projeto do novo submarino é da HDW alemã, subsidiária da ThyssenKrupp Marine Systems, e deve ser executado no Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro. Atualmente, a frota nacional conta com cinco navios - quatro da classe Tupi, do tipo 209, e um único da linha Tikuna, modificado por engenheiros brasileiros. Todos eles também devem ser modernizados com o dinheiro do financiamento.

O contrato de aquisição do novo submarino foi aprovado oficialmente esta semana, dois meses após a Comissão de Financiamento Externos (Cofiex) ter autorizado a operação. As negociações foram assessoradas em grande parte pelo escritório do ex-chanceler Gerard Schröeder, que teria vindo ao Brasil para tratar da questão.

A nova embarcação terá um torpedo DM2 4A, da Atlas Eletronik, de 1,722 tonelada e 6,50 metros de comprimento, capaz de atingir alvos a 50 quilômetros de distância. A carga de ataque é um bloco de 260 quilos de um novo explosivo, que produz o efeito de um impacto direto de 700 quilos de TNT.

Além dessas transações, o Comando da Marinha pretende ainda encomendar de dois a seis navios de ataque leve, da classe Vigilante - de tecnologia francesa. O projeto foi comprado por US$ 20 milhões e as duas primeiras embarcações estão a cargo do Inace, do Ceará. Cada uma desloca 400 toneladas e transporta 27 tripulantes.

Na última quarta-feira, a Marinha do Brasil adiou por prazo indeterminado a construção de um submarino movido a energia nuclear, o SNA. A idéia era colocá-lo em operação até 2020, após um processo que custaria cerca de US$ 1,2 bilhão.

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