Segurança militar no ar, no mar e em terra

Uma operação de guerra foi montada para garantir a paz nos Jogos


Roberto Godoy | O Estado de São Paulo

Há olhos eletrônicos e poderosas armas no céu, patrulhando dia e noite o espaço aéreo sobre o Rio de Janeiro. Durante os Jogos Pan-Americanos, o Comando da Aeronáutica instalou um Centro de Defesa na base militar de Santa Cruz, que será responsável pela garantia da área, em regime de prontidão.

Resultado de imagem para super tucano fab
A-29 Super Tucano da FAB | Reprodução

O grupo especial atua no formato de força-tarefa, emprega frota que inclui aeronaves como caças leves, turboélice, A-29 Super Tucano, helicópteros artilhados Esquilo H-50, jatos supersônicos F-5E e ao menos um avião-radar R-99, de coordenação e alerta avançado.

Os F-5E, por exemplo, levam mísseis e canhões de 20mm. O A-29 vai de metralhadoras .30 e, eventualmente, outras cargas de ataque.

O Exército mantém em alerta equipes antiterror da Brigada de Operações Especiais, helicópteros Pantera para deslocamento rápido. A Marinha cuida da faixa de segurança oceânica, com ao menos uma fragata, corvetas, e embarcações ligeiras. Foram mobilizados ainda equipes de mergulhadores de combate e fuzileiros navais treinados para operações urbanas.

A empresa nacional OrbiSat e o Centro Tecnológico do Exército estão usando nos Jogos um novo tipo de radar, o Sistema de Acompanhamento de Alvos Aéreos por Emissão de Radiofreqüência, o Saber M-60, de emprego militar, para ação antiaérea de baixa altura - basicamente a defesa de instalações estratégicas. No caso do Pan, o que interessa é a vigilância de todas as áreas - das arenas esportivas à Vila Olímpica.

O desenvolvimento do Saber M60 custou R$ 30 milhões. O sistema acompanha e rastreia até 40 alvos simultaneamente, a distâncias de 60 km e a altitude de 5 mil metros. Os dados são enviados em tempo real para um Centro Integrado de Operações Aéreas. O software da OrbiSat - feito em parceria com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), - identifica as aeronaves observadas, define suas características e eventualmente o grau de ameaça representado pelos vôos clandestinos, facilitando a tomada de decisão do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra). A reação pode envolver o envio de aviões de caça, lançamento de mísseis ou artilharia rápida.

Leve e portátil, o radar pode ser transportado para qualquer ponto do território nacional onde seja necessário, "como agora, nos Jogos Pan-Americanos,por exemplo, ou para garantir as defesas de ponto, em apoio a missões de paz, do tipo em execução no Haiti", destaca Robert Haynes, diretor do programa. O Saber-60 pode ser montado em 15 minutos.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem