Amazônia é prioridade número um do Exército

InfoRel

Nesta quinta-feira, o comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, defendeu os programas de reaparelhamento e modernização da força e afirmou que na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), do Senado Federal, que o Exército precisa ser reestruturado para fazer frente à conjuntura nacional e internacional.

Enzo Peri que esteve na quarta-feira na Câmara dos Deputados, ressaltou a importância de se melhorar as condições das brigadas que atuam na região amazônica, principal prioridade do Exército.

O comandante explicou que a vigilância das fronteiras é uma das mais importantes atribuições do Exército. O Brasil tem 15,7 mil quilômetros de fronteiras, defendidas por cerca de 900 quartéis, 71 apenas na Amazônia. São 26 brigadas e um comando de aviação. Em 1950, o Brasil mantinha mil soldados na Amazônia, hoje são 25 mil.

Para se ter uma idéia, os Estados Unidos enfrentam uma série de problemas na fronteira com o México que é de 2,5 mil quilômetros.

Ele explicou que a estratégia do Exército para a Amazônia é a defesa externa. Com 56% do território nacional e fronteira com sete países, a Amazônia possui um dos maiores bancos genéticos e a maior província mineralógica do mundo.

Segundo Enzo Peri, “o país está sendo chamado a assumir responsabilidades militares de maior relevo. As Nações Unidas querem tropas e comando do Brasil em outros continentes graças ao êxito da missão no Haiti”, afirmou.

Para o comandante do Exército, mais importante que ampliar o número de quartéis e brigadas é dar condições para que a atual estrutura possa operar.

Gasto militar

A exemplo do que afirmou aos deputados, Enzo Peri explicou ao senadores que o Orçamento do Exército para 2008 é da ordem de R$ 2, 06 bilhões. Apesar de ser 50% maior que o orçamento de 2007, o Exército ainda carece de recursos, pois 78% dos seus blindados têm mais de 34 anos e 58% das viaturas, mais de duas décadas.

Além disso, o Brasil ainda é o país sul-americano que menos gasta em Defesa, além de manter um efetivo que supera apenas ao do Exército argentino. Ele informou que o Chile investe US$ 2,7 bilhões ao ano; a Venezuela, US$ 6 bilhões; e a Colômbia, US$ 3,7 bilhões.

”É preciso entender que temos não só que manter como repor material, para fazer frente às novas ameaças, principalmente nas fronteiras. E isso não é paranóia. Temos que capacitar o Exército de forma permanentemente ajustada à estrutura política e estratégica do país”, destacou.

No sub-continente, o Exército identificou focos de instabilidade regional, insegurança urbana e áreas despovoadas, cobiça internacional, ameaça de terrorismo, e fronteiras extremamente porosas.

Na sua avaliação, “o Brasil deve consolidar a estabilidade com os países vizinhos e, para isso precisa contar com um Exército forte, com capacidade dissuasória”.

O General Enzo Martins Peri destacou que o plano de recuperação dos investimentos prevê a destinação de R$ 1,1 bilhão por ano entre 2008 e 2014. Ele considera que o ideal seriam US$ 2 bilhões anuais.

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