Comandante defende reaparelhamento das Forças Armadas

InfoRel

O Comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, afirmou que a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), não pode ser privatizada a exemplo da Embraer, pois alguns dos explosivos que produz foram desenvolvidos com tecnologia nacional.

Segundo ele, “trata-se de tecnologia de interesse nacional. A Imbel não pode ser uma empresa comercial, mas estratégica e a falta de encomendas é que dificulta a situação da empresa”.

Ele também afirmou que o Exército não tem condições de manter a empresa e aposta numa saída que inclui a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Enzo Martins Peri compareceu à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados, para falar sobre a situação do Exército e os programas de reaparelhamento da força. Nesta quinta-feira, ele fala à CREDN do Senado.

Prioridades

O orçamento do Exército para 2008 enviado ao Congresso é de R$ 2,069 bilhões. Para 2007, foram alocados cerca de R$ 1,7 bilhão. Até agosto, apenas 42% havia sido executado.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), apelou ao senador José Maranhão (PMDB-PB), presidente da Comissão Mista de Orçamentos, para que os recursos das Forças Armadas não sejam reduzidos.

Aos deputados, o comandante explicou as cinco prioridades do Exército para 2008. A primeira delas contempla a força com cerca de R$ 4,7 bilhões a serem investidos no período 2008 – 2014 na aquisição de blindados; projetos de C&T; viaturas operacionais; implantação de brigadas; sistema de defesa AAe; equipamento para combatentes e hospital de campanha; armamento e munições; material de comunicações; blindados de rodas; embarcações; mísseis anticarro – míssil solo solo 1.2; reequipamento BECnst.

A segunda prioridade prevê investimentos de R$ 768 milhões também de 2008 a 2014, para os módulos de integração do Sistema Estratégico de Comunicações; viaturas especializadas, embarcações, material de transposição de rios, equipamentos de construção, destruição e de disfarce; Sistema de Direção e Controle de Tiro de Artilharia e de Morteiro; Morteiro Pesado 120mm AR com viatura tratora; simuladores; material topográfico e optrônicos; e armamento antiaéreo de tubo.

Como terceira prioridade apresentada pelo comandante do Exército figuram a Integração do Sistema Estratégico de Comunicações com o Sistema Tático de Comunicações, material de comunicação e de guerra eletrônica; material de proteção ao sigilo e de informática de campanha; helicópteros (reconhecimento, manobra, transporte e instrução); obuseiro 105 mm e 155 mm autopropulsado; motocicletas; material de manutenção; sistemas de busca de alvos (radares de contrabateria e contramorteiro; equipamentos que auxiliam na preparação e na transposição de rios. Para essas prioridades deverão ser investidos R$ 907,1 milhões entre 2008 e 2014.

Na quarta prioridade do Exército serão aplicados R$ 186,3 milhões em material multicanal e de guerra eletrônica; material de saúde, odontologia e farmacêutico; material de defesa química, biológica e nuclear; material de estacionamento e aeroterrestre; e material de engenharia.

A quinta prioridade prevê o desembolso de R$ 55,4 milhões no material telefônico, para construção de linha, de guerra eletrônica e audiovisual; sistema de vigilância e observação; equipamento de purificação de água; equipamento para movimentação de material; conjunto de proteção de controle de distúrbio; e sistema de veículo aéreo não tripulado (VANT).
No total, o Comando do Exército vai precisar de R$ 6,7 bilhões pelos próximos seis anos, uma média de R$ 1,1 bilhão ao ano.

Ciência & Tecnologia

O General Enzo Martins Peri explicou que todos os projetos prioritários da força estão em desenvolvimento no Departamento de Ciência & Tecnologia e se encontram em diferentes estágios.

São onze as prioridades nesta área: nova família de blindados de rodas; sistema de defesa antiaérea; sistema de controle e comando; míssil anticarro; morteiro pesado; morteiro médio; arma leve anticarro (ALAC); equipamento de visão noturna; sistema tático de guerra eletrônica (SITAGE); fuzil 5,56mm; e veículo aéreo não tripulado (VANT).

Radiografia

O armamento individual padrão do Exército é o Fuzil Automático Leve (FAL), que já tem 42 anos de uso. Quanto aos blindados, os índices de indisponibilidade variam de 42% até 70% no caso do blindado Leopard.

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