Haiti quer permanência das tropas brasileiras

Primeira-ministra recebe delegação de senadores da Comissão de Relações Exteriores e lembra que Haiti busca há 20 anos construir estabilidade na democracia

A primeira-ministra do Haiti, Michele Pierre-Louis, recebeu, na segunda-feira, a delegação de senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e agradeceu a presença de tropas brasileiras no país, no comando da missão da Organização das Nações Unidas (ONU). Em seu primeiro dia útil após tomar posse do cargo, ela pediu aos parlamentares que as tropas continuem na região.

– O Haiti viveu muito tempo sob ditaduras e, nessa época, havia alguma forma de estabilidade. Há 20 anos estamos tentando construir a estabilidade na democracia e é muito difícil – afirmou a primeira-ministra.

Michele Pierre-Louis pediu a cooperação brasileira em obras de infra-estrutura, principalmente na geração de eletricidade, uma vez que o país não tem iluminação pública. A primeira-ministra lamentou que o Haiti tenha sido atingido por quatro ciclones recentemente.

A reunião com a chefe de governo contou com a presença, ainda, do chanceler do Haiti, Jean Renaud. A comitiva da CRE, que cumpriu agenda de visitas a cinco países caribenhos e da América Central – Guiana, Panamá, Jamaica, República Dominicana e Haiti – foi formada, além de Heráclito Fortes (DEM-PI), pelos senadores Marco Antônio Costa (DEM-TO), Virginio de Carvalho (PSC-SE) e Mesquita Júnior (PMDB-AC). Na noite de segunda-feira, a delegação retornou ao Brasil.

Credibilidade

No último dia da viagem, os parlamentares encontraram-se também com o secretário-geral da missão de paz da ONU no Haiti, Hedi Annabi. Ele pediu aos senadores que as tropas brasileiras sejam mantidas no país por pelo menos mais um ano.

Heráclito perguntou ao secretário da ONU se ele tinha informações sobre um filme que denuncia supostos abusos cometidos pelas tropas brasileiras no Haiti – o filme foi mostrado por Eduardo Suplicy (PT-SP), em reunião da CRE no último mês. Hedi Annabi informou que se trata de uma montagem.

– A ONG que divulgou esse filme não tem credibilidade nem aqui nem no exterior – garantiu
Annabi.

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