Transferências: Contenção de verbas militares não evitará mudanças



Marco Aurélio Reis

Rio - O aperto financeiro dos quartéis — R$ 1,8 bilhão dos orçamentos das três Forças retidos no Ministério do Planejamento a título de contingenciamento — não vai mexer nos planos em andamento de transferência de unidades e de militares do litoral para áreas da fronteira nos estados do Norte e do Centro-Oeste. A informação frusta grupo de praças que torcia para que o famigerado corte de verbas adiasse e até suspendesse os planos de alterar a concentração militar nacional.

A mudança programada pelo governo está tirando o sono de praças do Exército que servem há mais de 10 anos na mesma cidade. Aos poucos, eles estão sendo avisados da transferência, que vai ocorrer sem levar em conta solicitações ou voluntariado. “Só que isso causará um enorme transtorno, pois a grande maioria já está com situação financeira e familiar bem estabilizada”, lamenta um leitor da coluna que serve na cidade do Rio.

Ele faz parte de um grupo que, tendo comprado casa no estado onde vive com a família, conta com o salário da esposa para viver bem. “Fora, em outra localidade, teremos que ficar só com nossos soldos. Não vai dar para manter o mesmo padrão de vida”, reclama um segundo praça. Diante do noticiário de aperto financeiro das Forças Armadas, esse grupo teme que a transferência, para 12 localidades diferentes, ocorra num momento baixa estima.

“Ser jogado à revelia em uma situação inesperada, com expediente reduzido e recrutas dispensados, não dá ânimo a ninguém”, reclama outro praça. “Nessas movimentações são empregados grandes volumes de recursos. Será que tem dinheiro suficiente para esses planos serem mantidos?”, questiona.

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