Venezuela compra sistema de defesa antiáerea russo



O presidente russo Dmitri Medvedev visitará Caracas nos dias 26 e 27 quando deverá assinar diversos acordos nas áreas militar e de energia com o colega Hugo Chávez.

Mas, o governo venezuelano que já comprou cerca de US$ 5 bilhões em armas da Rússia, anunciou nesta terça-feira que está adquirindo um sistem portátil de defesa antiárea Igla-S, em acordo firmado com a estatal russa Rosoboronexport, que controla a venda de armas no mercado internacional.

A Venezuela pagará 72 milhões de euros e receberá várias centenas de mísseis portáteis, além de componentes para sistemas autopropulsados anti-tanque que já são fornecidos à Síria e Líbia.

Especialistas em temas militares acreditam que os Estados Unidos tentaram abortar a transação, uma vez que o sistema portátil de defesa antiáerea é considerado tema sensível.

Em Washington não há dúvidas que Chávez continua tentando ajudar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A guerrilha já tentou diversas vezes adquirir um sistema de defesa semelhante ao que a Venezuela está comprando.

Exercícios militares

O cruzador nuclear russo Pedro, o Grande e o destróier Almirante Chabanenko, além de diversos barcos militares de apoio, chegaram ao porto venezuelano de La Guaíra, nesta segunda-feira.

A partir de 1° de dezembro, eles participarão de um exercício conjunto com a Marinha da Venezuela. Antes de chegar à costa venezuelana, a esquadra russa visitou portos da Líbia, Turquia e França.

Após os exercícios com a Venezuela, os navios de guerra se dirigiram ao Índico onde participam de exercício com a frota do Pacífico da Marinha russa.

De acordo com a chancelaria russa, Pedro, o Grande, é o maior cruzador nuclear do mundo e possui uma tripulação de 727 homens, com 97 oficiais.

Está armado com helicópteros, 20 lança-mísseis de cruzeiro "Granit", 12 lança-mísseis antiaéreos e sistemas "Vodopad" de luta antisubmarina e possui quatro reatores nucleares.

O presidente Hugo Chávez garantiu que a presença dos russos na costa venezuelana não representa uma provocação aos Estados Unidos nem aos países vizinhos.

Ele afirmou ainda que a Venezuela não está se convertendo numa plataforma no Caribe e na América do Sul para uma nova guerra fria.

"Nós realizamos manobras com o Brasil. Não se trata de nenhuma provocação, mas de um intercâmbio entre dois países livres que buscam uma aproximação maior numa velocidade maior”, afirmou em Caracas.

Os caças russos Su-30 adquridos recentemente também participarão dos exercícios, confirmou Chávez.

Nos exercícios, a Venezuela usará oito aeronaves e onze navios. Participam 1.150 militares russos e 600 venezuelanos.

Essas serão as primeiras manobras militares russas no Caribe desde a desintegração da União Soviética em dezembro de 1991.

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