Defesa: Brasil faz exigências aos Estados Unidos

País quer transferência de tecnologia para fechar compras



José Meirelles Passos

WASHINGTON. O governo do Brasil avisou ontem ao dos Estados Unidos que haverá mudanças no relacionamento bilateral em termos de defesa nacional. E a principal diz respeito à transferência de tecnologia de equipamentos que os americanos vendam às Forças Armadas brasileiras: o país só fará compras caso haja transferência de tecnologia, que o governo repassaria ao setor privado.

A mensagem foi passada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim em reunião no Pentágono com o secretário de Defesa, Robert Gates, que continuará nesse posto no governo de Barack Obama. Depois de dizer ao colega que "o patamar dos entendimentos do Brasil com os EUA vai ter que mudar", Jobim explicou que isso se deve ao fato de que a reformulação na estrutura das tropas brasileiras – tanto Exército, quanto Marinha e Aeronáutica - a ser aprovada no próximo dia 11, tem como eixo a indústria nacional de defesa:

- Deixei claro que a capacitação nacional é fundamental. E que qualquer tipo de transação que pudesse vir a ser feita em termos de equipamentos que precisamos, passaria pela transferência de tecnologia. Se não tiver isso, não há conversa.

Até o fim da noite, o Pentágono não havia divulgado sua versão sobre a conversa.

Segundo Jobim, Gates compreendeu a nova postura do Brasil. Jobim disse ter ficado satisfeito com o encontro porque pôde perceber em Gates uma nova postura do novo governo dos EUA:

- A percepção é a de que estávamos no mesmo nível. Eu disse que não era uma conversa entre alguém que tinha superioridade e alguém que estava suplicando alguma coisa.

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