Navio russo cruza o Canal do Panamá

Após 64 anos navios russos voltam a cruzar o canal



O navio de guerra russo Almirante Chabanenko atravessou o Canal do Panamá, no dias 6 e 7 Dezembro, o que é uma novidade após 64 anos. Depois aportou na Base Naval de Rodman, antiga base naval norte-americana no Panamá.

O navio especializado na luta anti-submarina percorreu o canal do Atlântico ao Pacífico e entrou na base naval de Rodman, na Costa do Pacífico.

O navio não está no Panamá "para fazer uma demonstração de força contra algum país", declarou o embaixador russo no Panamá, Evgeny Voronine, em conferência de Imprensa realizada à bordo do Almirante Chabanenko.

O objetivo é manter "a presença da frota russa nas regiões estratégicas do Mundo" para colaborar na luta contra o crime organizado internacional, acrescentou o vice-almirante Vladimir Korolev.

A escala no Panamá é principalmente destinada ao "reabastecimento do navio de provisões e ao repouso dos marinheiros", referiu o embaixador russo.

O Almirante Chabanenko, com 451 marinheiros a bordo, está habitualmente encarregado de operações em alto-mar contra a pirataria e o terrorismo internacional.

Esta travessia histórica do canal acontece depois das manobras inéditas de quatro navios russos com a Marinha da Venezuela e que marcaram o retorno da presença militar de Moscou no Caribe depois do fim da "Guerra Fria".

"A única vez que um evento similar aconteceu foi há mais de 60 anos, em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, quando quatro submarinos soviéticos, depois de reparos, passaram pelo Canal do Panamá, do Atlântico para o Pacífico", acrescentou o embaixador da Rússia. "Nessa época, os dois países (EUA e URSS) faziam parte da Coalizão Aliada contra as forças nazistas", disse ainda o embaixador.

As manobras russo-venezuelanas no Caribe coincidiram com um período de tensão entre a Rússia e os EUA sobre a instalação de um escudo antimíssil norte-americano na Europa Oriental, que tem a hostilidade da Rússia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Panamá, Samuel Lewis Navarro, declarou que "o canal está aberto a todos os navios do Mundo, como está escrito no Tratado de Neutralidade".

A secretária de Estado norte-americana, Condoleeza Rice, assegurou, entretanto, que estes movimentos não vão alterar "o equilíbrio de forças na América do Sul".

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