Chile nega falta de transparência em aquisições militares



SANTIAGO DO CHILE, 9 MAR (ANSA) - O ministro de Defesa chileno, José Goñi, assegurou nesta segunda-feira que seu país "tem o bom costume" de informar a aquisição de material militar, em resposta às declarações do ex-chanceler peruano Luis González Posada, que atribuiu falta de transparência por parte do Chile.

"O Chile tem o bom costume de informar os nossos vizinhos sobre as aquisições de material militar, algo que nem todos fazem", afirmou Goñi.

González Posada havia declarado ao jornal peruano La Razón que os países da região "devem conhecer o volume dessas aquisições absolutamente desproporcionais, para estabelecermos limites. Isso pode ser regulamentado por acordos multilaterais".

Em entrevista à rádio chilena Bío Bío, Goñi enfatizou que seu país "não tem nada a esconder", e esclareceu que a decisão (de adquirir material militar) visa "renovar nosso arsenal, que está obsoleto".

Goñi ainda ressaltou que, em matéria de defesa, o Chile tentou avançar na discussão dos critérios para definir o gasto militar nos países da América do Sul. Nesse âmbito, a Argentina foi o país com o qual os chilenos mais aprofundaram o debate.

"Com o Peru não pudemos avançar muito", afirmou o ministro, e acrescentou que as últimas aquisições de Lima não preocupam o Chile, "porque estão dentro dos planos de atualização de seu arsenal".

Segundo o ministro, este será um dos pontos a serem abordados nesta segunda-feira com seu homólogo peruano, em um encontro bilateral paralelo à reunião do Conselho Sul-Americano de Defesa, em Santiago.

O encontro reúne ministros dos 12 países que formam a União das Nações Sul-americanas (Unasul): Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Goñi admitiu que o Chile e outros países da região - não mencionados pelo ministro - possuem "tensões" com Lima, e estimou que a reunião do Conselho "é um bom momento" para que os ministros dos 12 países promovam reuniões bilaterais.

Em relação à primeira reunião do Conselho de Defesa da Unasul, Goñi ressaltou a vontade de seus membros para que o órgão "tenha uma vida útil, uma plataforma de trabalho e um plano de ação bem delimitado".

Um organismo desse tipo "é um fato inédito na região", já que "nunca houve espaço para que os ministros de Defesa da região se reúnam e discutam temas de interesse comum".

De acordo com o ministro, as quatro áreas prioritárias de trabalho são políticas de defesa, cooperação militar, ações humanitárias e operações de paz.

No domingo, Goñi se reuniu com seus pares do Equador, Colômbia e Bolívia.

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