Início da construção do Vikrant II

Primeiro porta-aviões indiano poderá ficar pronto em 2014



Ocorreu no passado Sábado, nos estaleiros de Cochin, a cerimónia que marcou o inicio da construção do que será o primeiro porta-aviões da classe Vikrant II da marinha da Índia. A operação de corte das chapas do navio já tinha começado em 2005, e agora procede-se ao início da construção do casco propriamente dita.

Trata-se do primeiro porta-aviões construído por um país fora do eixo Japão-Rússia-Europa-Estados Unidos, e deverá representar uma afirmação clara da Índia no que respeita ao controlo do Oceano Indico, especialmente perante o que a Índia considera ser o seu principal rival, a China, país que também tem planos para a construção de porta-aviões. A entrega do navio está prevista para 2014.

Com um deslocamento máximo na casa das 40.000 toneladas o navio ficará próximo do porta-aviões francês Charles De Gaulle, embora a sua propulsão seja convencional, estando prevista a utilização de quatro turbinas a gás LM-2500 como principal força propulsora, além de sistemas adicionais a Diesel.

Segundo o projecto indiano, o navio deverá ter capacidade para operar com até 30 aeronaves, entre as quais se contam caças do tipo MiG-29K (versão naval do MiG-29 de origem soviética) juntamente com helicópteros para luta anti-submarina Kamov Ka-31.

Não está prevista a inclusão de catapultas, o que tornará a construção do navio mais económica. A desvantagem da não utilização de catapultas para colocar as aeronaves no ar mais rapidamente é o menor numero de descolagens permitidas por minuto, porque é necessário utilizar uma maior área da coberta para que as aeronaves possam descolar pelos seus próprios meios, com o apoio da rampa Ski-jump que será incorporada de raiz no navio.

O convés do navio foi estudado e será sem duvida adaptado à medida que a construção for tomando forma, para garantir a maior rentabilidade do espaço disponível, evitando que as operações de transporte dos aviões entre os hangares e o convés atrapalhe as operações.

Para o efeito os dois elevadores do navio estarão colocados a estibordo (lado direito do navio).

Novela do porta-aviões Gorshkov continua e preço não para de aumentar

A cerimonia ocorreu apenas alguns dias após se saber que a Rússia apresentou uma nova factura para mais um aumento nos custos de reconversão do antigo porta-aviões soviético Admiral Gorshkov. O custo total - e os aumentos sucessivos que os estaleiros russos têm vindo a apresentar à Índia - eleva-se já a 2.900 milhões de Dolares, um aumento de quase 150% relativamente ao valor previsto (1.200 milhões).

A situação está a gerar algum mal-estar nos meios militares indianos, onde se afirma que por aquele preço, e por causa da revalorização do Dólar face ao Euro, a Índia poderia adquirir um porta-aviões novo construído num país europeu, como por exemplo a Espanha ou a Itália, que chegaram a propor versões com deslocamentos na casa das 30.000 toneladas e com capacidade para utilizar rampas Ski-Jump, embora a utilização de caças MiG-29 fosse mais problemática.

Os atrasos na reconversão do Gorshkov também se têm vindo a somar e neste momento a data apontada para a entrega do navio já aponta para 2012, ou seja, apenas dois anos antes do novo porta-aviões indiano agora lançado, ser entregue à marinha da Índia.

Toda a situação é algo nebulosa, entre acusações de que vários grupos de pressão na Rússia, ligados à marinha, pretendem criar condições para que o Gorshkov não seja vendido à Índia, e fique na marinha russa. Para isso é necessário que seja a Índia a quebrar o acordo, de forma a que as reparações e modernizações que até agora foram feitas possam acabar por ficar, mesmo que parcialmente por conta da Índia.

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