Pequim apresenta novo submarino nuclear para plateia de estrangeiros

Parada naval com 25 embarcações visa reafirmar avanço do poder militar chinês



RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

A China apresentou ontem pela primeira vez em público 2 de seus 10 submarinos nucleares no porto de Qingdao, nordeste do país. A parada naval que marca os 60 anos da Marinha de Libertação do Povo - criada pouco antes da vitória dos comunistas, em 1949 - contou com 25 embarcações, entre fragatas, navios de guerra e destróieres.

"O poder militar chinês será sempre uma força para a preservação da paz mundial e o avanço do desenvolvimento comum", disse o presidente chinês, Hu Jintao, na cerimônia.

A demonstração das Forças Armadas foi assistida por delegações de 29 países. Catorze países, incluído o Brasil, enviaram a Qingdao 21 navios de guerra para participar da celebração que reafirma o novo poder militar chinês. É a primeira vez que os chineses convidam estrangeiros para a revista.

Não foram divulgados dados sobre dimensões nem valor das embarcações.

Para o vice-comandante da Marinha Chinesa, Ding Yiping, as "suspeitas sobre a China ser uma ameaça à segurança mundial se devem à falta de compreensão da China no mundo".

"As suspeitas desaparecerão assim que os congêneres estrangeiros conhecerem a Marinha Chinesa e conhecerem nossa situação real", disse ele à agência estatal Xinhua. "A apresentação busca aumentar esse conhecimento."

O governo chinês tem participado mais ativamente de missões de paz nos últimos anos e mandou navios de guerra à costa da Somália no início deste ano para participarem de patrulhas contra os piratas que atacam na região .

A China possui 18 mil quilômetros de costa e mantém disputas territoriais por ilhas e possíveis campos de petróleo com Japão, Vietnã e Filipinas.

O Departamento de Defesa dos EUA divulgou um estudo no final de março em que diz que o governo chinês busca tecnologia e armamentos para reduzir a vantagem que os americanos têm em arsenal militar. Para o Pentágono, o orçamento militar da China é muito maior que os números oficiais.

Oficialmente, a China investe 1,4% do PIB em suas Forças Armadas - os EUA, 4%, e o Reino Unido, 2%. O orçamento tem aumentado em mais de 10% ao ano nos últimos 20 anos. Para os americanos, a China já investe 4% do PIB no orçamento militar. O número oficial é de US$ 70 bi em 2009.

As Marinhas chinesa e americana tiveram um entrevero em 8 de março, quando cinco fragatas cercaram um navio americano que estaria fazendo espionagem no mar da China. Os americanos alegaram que estavam em águas internacionais - o que a China rechaçou.

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