Gipen NG não depende dos EUA, garante a Saab

Fernando Teixeira, de São Paulo - Valor

O principal executivo da sueca SAAB, Ake Svensson, esteve ontem na Fiesp para defender a escolha do caça Gipen NG no projeto F-X2, que deve fechar o prazo para entrega das propostas amanhã. Além de sublinhar os destaques conhecidos do projeto, como o menor custo, a transferência de tecnologia, parceria com empresas locais e desenvolvimento do projeto no Brasil, o executivo rebateu uma das críticas ao projeto sueco que circulam em Brasília: a dependência da tecnologia americana.

De acordo com o executivo, o caça que utiliza tecnologia americana é o Gipen, mas o que a Saab está oferecendo ao Brasil é o desenvolvimento de um novo projeto, o Gripen Next Generation, que não necessariamente precisa depender dos mesmos fornecedores. "O que estamos oferecendo é o desenvolvimento de tecnologia, e o Brasil pode ter a oportunidade de escolher os seus fornecedores se assim quiser", afirma. Segundo ele, a proposta do Gripen tem a flexibilidade necessária para não depender deste ou daquele fornecedor. Hoje, diz, o Gripen é equipado com motores, equipamento de navegação, radares e parte da eletrônica fornecidos pelos EUA. Mas parte disso pode vir de outros países, e parte pode ser desenvolvido pela própria Saab em parceria com o Brasil - como o sistema de radares.

Logo depois do anúncio do francês Rafale como favorito do presidente Luís Inácio Lula da Silva no início de setembro, o assessor para assuntos internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia, e o ministro da defesa, Nelson Jobim, lembraram o episódio de 2006 em que o governo americano impediu a venda de 24 super-tucanos da Embraer para a Venezuela - os aviões levam tecnologia americana. O caso é mencionado como um "mau precedente" para os produtos dependentes de tecnologia dos EUA, o que incluiria o F/A 18 Super Hornet e também o Gripen.

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