Garantia das fronteiras é ponto-chave do programa

Roberto Godoy - O Estado de S.Paulo

A prioridade dos programas de modernização da Defesa é a garantia dos 16.886 quilômetros de fronteiras do País, dos quais 11.500 quilômetros contidos na Amazônia. As Forças Armadas que o plano prevê terão 300 mil combatentes, aproximadamente o mesmo número atual - mas, nesse contingente renovado, os times de operações especializadas e de pronta resposta serão a maioria da tropa. Essa meta deve ser atingida até 2016. Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, "o objetivo é o de criar um conjunto harmonioso e de fácil mobilização".

Pela Estratégia Nacional de Defesa, as três Forças passam a ter a agilidade necessária ao cumprimento de missões de deslocamento rápido - algo como ter os primeiros times prontos para embarque em 40 minutos. As unidades preparadas para esse tipo de ação já estão sendo transferidas para locais próximos de bases aéreas. A Brigada de Operações Especiais, por exemplo, saiu do Rio. Foi instalada em Goiânia, para onde vai também a Brigada de Paraquedistas. A partir do Planalto Central, os dois grupos podem chegar em pouco tempo a qualquer ponto do território nacional.

A primeira etapa do programa cria três batalhões de fuzileiros navais, uma Esquadra Marítima ao Norte, o Sistema de Gerenciamento do Mar, 20 postos de fiscalização na Amazônia, 8 brigadas, 21 pelotões de fronteira, uma rede de vigilância eletrônica terrestre e três bases aéreas na região norte.
 
O programa corre risco pelo viés financeiro. De acordo com a área econômica do governo, em julho a conta de investimentos dos comandos militares tinha, congelados, 47% dos recursos previstos para 2009. Só para atender seus compromissos com a Copa e a Olimpíada, o Comando do Exército precisa de R$ 2 bilhões ao ano até 2014.

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