'Motor não chegou a parar', diz piloto

Avião sofreu aquecimento e tripulação optou por pouso forçado
 
O Globo
 
BRASÍLIA. O piloto do avião Caravan C-98 da Força Aérea Brasileira (FAB) que caiu na quintafeira no Amazonas, matando duas pessoas, contou ontem que a aeronave perdeu potência e teve aquecimento de temperatura do motor, o que o fez optar pelo pouso forçado. O tenente Carlos Wagner Ottone Veiga disse ainda que, para evitar uma queda brusca na água, desligou o motor pouco antes do pouso. A FAB começou ontem o resgate da aeronave, que afundou no igarapé Jacurapá.
 
Segundo o piloto, os problemas começaram 50 minutos depois da decolagem, quando o avião voava a 3 mil metros de altitude. Ele disse que a temperatura do motor subiu rapidamente, mas ele permaneceu funcionando.
 
— Não chegou a parar. Lembramos de acionar o instrumento de localização de emergência e optamos por fazer um pouso forçado. Ou fazíamos na selva ou no rio, e a decisão da tripulação foi fazer no rio — contou Veiga, em entrevista concedida em Manaus.
 

Segundo o tenente, o avião afundou rapidamente no igarapé.

 
— A aeronave flutuou pouco tempo. Contamos dez pessoas que saíram, mas infelizmente o senhor João Abreu, da Funasa, não conseguiu sair. Não houve tempo de ajudar, porque tínhamos que ajudar as pessoas na água.
 
Após a contagem, a tripulação orientou os passageiros a nadar para a margem do rio.
 

— Alguns sabiam nadar, mas outros não sabiam.

 
Nós tivemos de ajudar muitas pessoas — disse o piloto.
 
Ainda segundo o tenente Veiga, os passageiros não tiveram contato com índios antes do resgate. Ele contou que o grupo se tranquilizou após a primeira noite na selva, quando escutou o barulho de uma aeronave.
 

Ontem pela manhã, um helicóptero levou 13 militares e equipamentos do Corpo de Bombeiros do Acre para a clareira aberta no local do acidente. Hoje, 17 militares devem desembarcar na área para desmontar os destroços do avião. Em comunicado, a FAB informou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não tem prazo para apresentar seu relatório sobre o acidente.

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