Ofensiva da Otan mata civis

EUA pedem desculpas e suspendem uso de lança-mísseis
 
Jornal do Brasil
 
Autoridades militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) admitiram ontem ter matado 12 civis afegãos quando um foguete desviou 300 metros do alvo e atingiu uma casa durante uma ofensiva na província de Helmand, reduto do grupo islâmico radical talibã, no sudoeste do Afeganistão.
 
O general Stanley McChrystal, comandante das forças dos Estados Unidos e da Otan no país, pediu desculpas ao presidente afegão, Hamid Karzai, pelo que considerou um acontecimento "infeliz" e suspendeu o uso do sistema lança-mísseis na operação até que uma inspeção seja feita no equipamento.

Segundo um comunicado assinado por McChrystal, o foguete lançado pelas tropas da Otan tinham como alvo um refúgio talibã, de onde militantes lançavam "fogo preciso e direto" contra as forças aliadas.

"A atual operação no centro de Helmand está dirigida a restaurar a segurança e a estabilidade nesta zona vital do Afeganistão. É lamentável que, durante o curso de nosso esforço conjunto vidas inocentes tenham sido perdidas" disse McChrystal. "Expressamos nossos mais profundos pêsames e asseguramos que faremos o possível para evitar futuros incidentes".

Um militar afegão e um estrangeiro ficaram feridos pelos disparos dos insurgentes na região de Helmand, foco da operação que teve início no sábado e que inclui 15 mil soldados das forças internacionais. Vinte talibãs também morreram em combates esporádicos no início da ofensiva.

Reforço A insurreição dos talibãs se intensificou sensivelmente nos últimos dois anos e deixou 520 mortos nas fileiras das forças internacionais em 2009, no balanço mais elevado em oito anos de guerra. Nas últimas semanas, os talibãs, aliados da Al Qaeda, enviaram reforços e encheram a região de Helmand de artefatos explosivos artesanais (IED, em inglês), considerados a principal ameaça para os soldados afegãos e internacionais.

As estimativas militares do número de combatentes talibãs mobilizados na cidade e em seus arredores variam entre 400 e mil.

As forças aliadas iniciaram a campanha para impor ainda este ano o controle do governo em áreas controladas pelos rebeldes, antes que as forças americanas comecem a se retirar gradualmente, em 2011, segundo os planos do Pentágono.

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