Jobim e Cabral assinam acordo para início da Força de Paz no Alemão

Comunidade terá delegacia instalada em base do Exército.
Tropas começaram a atuar no Alemão e na Penha na quarta-feira. 

Liana Leite - G1

O acordo para o início da atuação da Força de Pacificação, trabalho conjunto do Exército e polícias, nos conjunto de favelas do Alemão e da Penha foi assinado nesta quinta-feira (23) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pelo governador do Rio Sérgio Cabral. Apesar da solenidade ter acontecido no início da tarde, a tropa começou a atuar no dia anterior, segundo o Exército.

De acordo com o ministro, a ocupação se dará de forma diferente da ocorrida em 1994, quando militares foram processados por exercer função de polícia. “Esta ação que começamos a desenvolver quebra um discurso que dominou, por muito tempo, ações governamentais. Direitos humanos e ações de segurança podem e vão caminhar juntas “, afirmou o ministro.

A função legal durante a ocupação será exercida pelas polícias, que estarão junto com o exército, mas a solicitação será sempre dos militares, que estão a frente da operação. “Agora, aquele soldado que vai ser operacional sabe que tem o compromisso do governo estadual com o ministro da defesa para atuar. Se alguém errar, seremos nós que estamos dizendo a ele o que fazer”, explicou Jobim.

Alemão terá delegacia
 
Ainda de acordo com o ministro, as ações não tem tempo determinado para acabar. “Vou receber um relatório a cada 30 dias e avaliar novas estratégias”, disse. O Tribunal de Justiça do Rio e o Ministério Público vão dar o respaldo jurídico às ações de segurança no local.

 
O governador Sérgio Cabral afirmou que será uma ocupação de mais de seis meses e que a Unidade de Polícia Pacificadora virá a seu tempo. “Durante a ocupação do Exército uma delegacia, instalada na base militar no Alemão, vai legitimar o trabalho. Após a transição teremos a UPP”, garantiu Cabral, sem revelar a data da instalação.

 
Cabral lembrou ainda que no Alemão vivem cerca de 400 mil pessoas e se emocionou ao contar que uma diretora de escola o agradeceu por poder entrar na comunidade, pela primeira vez, sem medo.

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