Israel testa míssil em meio a especulações de um ataque contra o Irã

Agência AFP 

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu está em busca do apoio de seu gabinete para um ataque militar contra o Irã, segundo a imprensa local informou nesta quarta-feira, no mesmo dia em que o Estado hebreu realizou com sucesso um teste com um míssil balístico. Segundo o jornal Haaretz, Netanyahu e seu ministro da Defesa, Ehud Barak, tentam convencer outros membros do governo israelense a atacar instalações nucleares iranianas.

Na segunda-feira, Barak negou informações da imprensa de que teria decidido, em conjunto com Netanyahu, atacar o Irã, apesar da oposição dos comandantes das Forças Armadas e dos serviços de inteligência.

Ao mesmo tempo, no entanto, Barak afirmou que é preciso "atuar por todos os meios necessários e não descartar nenhuma opção". O Haaretz afirma que Netanyahu, Barak e o ultradireitista ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, querem atacar o Irã, mas que os outros principais ministros do gabinete são contrários.

Para estes cinco ministros, Israel deve continuar tentando mobilizar os países ocidentais para exercer pressões econômicas contra o Irã, e não pode atacar militarmente o Irã sem um acordo com os Estados Unidos. O Haaretz, que cita ministros e altos funcionários da Defesa e das Relações Exteriores, afirma que o governo israelense considera decisivo um relatório que será divulgado no dia 8 de novembro pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Nesta quarta, Israel testou um míssil que o ministério da Defesa descreveu como um "disparo de teste de um sistema propulsão de míssil", que, segundo ele, estava há muito tempo programado. Ele não quis dar maiores detalhes. Israel e as potências ocidentais acusam o Irã de tentar fabricar a bomba atômica, sob a fachada de um programa nuclear civil. Teerã nega que o programa tenha objetivos militares.

O chefe do Estado-Maior iraniano, general Hassan Firouzabadi, preveniu nesta quarta-feira que seu país vai responder a qualquer ataque por parte de Israel. "Nós consideramos qualquer ameaça, mesmo as de menor probabilidade e maior distância, como uma ameaça real. Estamos em alerta total", declarou à agência Fars.

Por outro lado, o primeiro-ministro israelense investiu novamente contra a Autoridade Palestina ao afirmar que Israel construirá onde bem entender em Jerusalém, sua "capital eterna", incluindo a parte leste anexada da Cidade Santa, em que os palestinos querem estabelecer a capital de seu futuro Estado.

"Construiremos em Jerusalém porque é nosso direito e nossa obrigação, não um castigo, mas o direito fundamental de nosso povo", declarou Netanyahu falando à Knesset (parlamento).

Netanyahu decidiu na terça-feira acelerar o processo de colonização na Cisjordânia e bloquear temporariamente a transferência de fundos aos palestinos, depois da adesão da Palestina à Unesco.

"Nós vamos construir 2.000 casas, das quais 1.650 em Jerusalém e o resto nos assentamentos de Maale Adumim e Efrat (ao sul de Belém, na Cisjordânia)", afirmou ainda à AFP um alto funcionário do governo.

Os palestinos e vários países europeus e árabes condenaram as medidas anunciadas por Jerusalém.

Já o governo americano disse estar profundamente decepcionado com a decisão, segundo o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "Como dissemos antes, as ações unilaterais dificultam a retomada das negociações e não permitem progredir no objetivo de um acordo razoável e necessário entre as partes", declarou. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também se declarou muito preocupado com a atitude de Israel.

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