EUA deixam 'papel de combate' no Afeganistão em 2013

Tropas ficam até 2014 para treinar forças afegãs, disse secretário de Defesa
 
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, afirmou nesta quarta-feira que as tropas americanas deixarão de ter um papel de combate no Afeganistão em meados do próximo ano, bem antes da previsão para a retirada total dos soldados, o final de 2014. Foi a primeira vez que os EUA estabeleceram um prazo para o fim dos combates no país.


A decisão, que ressalta a política do governo Obama de terminar com uma década de guerras no Oriente Médio, representa uma drástica mudança de planos no papel central que os Estados Unidos desempenham no combate, no qual o país lidera as forças aliadas contra milícias armadas ligadas ao grupo fundamentalista islâmico Talibã.

"Esperamos que no final de 2013 nós seremos capazes de fazer a transição de um papel de combate para uma posição de fornecedor de treinamento, aconselhamento e assistência", disse o secretário, que não deu detalhes da retirada das tropas americanas do Afeganistão nem falou sobre o número de soldados que deve permanecer no país após o próximo ano.


Atualmente os Estados Unidos mantêm 90.000 homens em território afegão, dos quais 22.000 devem voltar para casa até o meio deste ano. O número total de soldados aliados no Afeganistão, incluindo as tropas da Otan (aliança militar do Ocidente), gira em torno de 350.000.


Apesar de Panetta ter estabelecido uma data para o fim dos combates, ele afirmou que os EUA e a Otan continuarão no Afeganistão até o final de 2014. Mas ressaltou que a mudança de foco das tropas "não significa que não estaremos prontos para a o combate. Nós estaremos porque sempre precisamos estar para nos defender", disse Panetta a jornalistas à bordo de um avião da Força Aérea americana, durante viagem para uma conferência da Otan nesta quinta-feira, em Bruxelas, na Bélgica.


França – A decisão anunciada pelo secretário de Defesa ocorre menos de uma semana depois do presidente da França, Nicolas Sarkozy, ter afirmado que iria antecipar o retorno das tropas francesas no território afegão. Sarkozy definiu o final de 2013 como o novo prazo, um ano antes do anterior.


Uma semana antes, o presicente francês chegou a ameaçar a retirada imediata de seus soldados, em reação à morte de quatro militares franceses por um soldado afegão, um mês depois do falecimento de outros dois em condições idênticas. Depois disso, porém, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o chanceler francês, Alain Juppé, decidiram "trabalhar de forma conjunta" a fim de garantir o prosseguimento da missão internacional no Afeganistão.

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