Problemas logísticos atrasam F-35

Futuro do programa poderá estar em risco


Área Militar

As más relações entre a Lockeed e os militares norte-americanos, começam a levantar dúvidas sobre o futuro do caça stealth F-35, com as autoridades norte-americanas a avisarem a Lockeed-Martin de que não haverá mais dinheiro nem mais tempo para a empresa resolver os problemas que se têm acumulado no desenvolvimento do projeto.

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F-35 Lightining II | Reprodução

Numa conferência dada em Washington, o responsável pelo programa conjunto de desenvolvimento das várias versões do F-35, avisou que o governo pura e simplesmente não compraria mais caças, se a Lockeed não resolvesse os problemas.

Encomendar uma peça de reposição antes de o avião aterrar

Um dos principais problemas que se tem levantado é o atraso no sistema «ALIS». Trata-se de um software complexo que pretende garantir a gestão atempada e apoiar a manutenção da frota de caças F-35 em todo o mundo. O sistema pretende ser tão revolucionário, que deveria permitir ao avião fazer o auto-diagnóstico. Esse diagnóstico está posteriormente ligado a um sistema que permite solicitar uma peça de reposição. Em teoria, as peças de reposição necessárias ao F-35 podem mesmo sair do armazém em que se encontrem, antes de o avião pousar.

O sistema é absolutamente vital para garantir o nível de disponibilidade que se espera do caça F-35. A integração de dados e a gestão conjunta, deverão permitir a qualquer operador manter operacional grande parte da frota.

A maior disponibilidade de aeronaves F-35, não será por isso resultado da utilização de materiais mais resistentes ou de uma maior qualidade de construção, mas sim de um sistema de apoio logístico revolucionário, que até ao momento não se materializou.

Por o sistema ser aberto e a ele poderem aceder várias forças diferentes, há problemas de segurança que têm que ser resolvidos. Embora o ALIS esteja em desenvolvimento há já vários anos, ainda não foi encontrada solução para a questão da segurança.

A falta do sistema ALIS tem levado a que os fuzileiros navais ainda não tenham aceite vários caças F-35B de descolagem vertical, que substituem os AV8B «Harrier» que estão ao serviço.

Os problemas têm ajudado a piorar a relação entre o fabricante e os militares que estão há anos a tentar cozinhar um acordo, sem que se chegue a uma solução.

Entretanto, novas encomendas de caças F-16E/F deverão ser colocadas e fala-se mesmo na possibilidade de voltar a produzir o caça F-22 «Raptor» no caso de o problema com o F-35 não ser resolvido.

Os problemas ocorrem ao mesmo tempo que a China lançou o seu segundo caça Stealth, que aparentemente é um direto competidor do F-35.

Vários analistas afirmam que as declarações dos responsáveis norte-americanos não podem ser consideradas de forma literal. Os custos de desenvolvimento do F-35 são já demasiado elevados e os compromissos internacionais demasiado profundos para que os militares americanos abandonassem o F-35, ou reduzissem dramaticamente o número de encomendas.

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