Buenos Aires acusa Londres de pôr arma nuclear nas Malvinas

Arquipélago é disputado pela Argentina e pelo Reino Unido, que guerrearam em 1982

FOLHA DE SP

DE BUENOS AIRES

A pouco menos de um mês do referendo que decidirá se as ilhas Malvinas (Falklands para os britânicos) continuarão sendo parte do Reino Unido, o governo britânico enviou um navio de guerra para a defesa do arquipélago. O HMS Argyll partiu no último dia 18 em direção às ilhas e estará no local nos dias 10 e 11 de março, quando os "kelpers" (habitantes das Falklands) irão às urnas. 


O governo argentino reagiu, afirmando que os britânicos estariam transportando armamento nuclear e, com isso, violando tratados internacionais. O secretário de Relações Exteriores, Eduardo Zuain, disse que as Malvinas estão entre os territórios mais militarizados do mundo, em razão dos quase 2.000 soldados britânicos que atuam ali (a população do arquipélago, além desse contingente, é de apenas 3.000 habitantes). 


"A mobilização britânica inclui aviões de combate de última geração, centro de comando, base de inteligência eletrônica que permite monitorar todo o tráfego aéreo e naval da região. Isso viola acordos internacionais." Já o governo britânico afirmou que o navio destina-se a "dar apoio ao Reino Unido e a seus sócios em todo o mundo". A nave substitui o destróier HMS Edinburgh tipo 42, que estava nas ilhas até setembro do ano passado. A Argentina reivindica a soberania das ilhas e pressiona o Reino Unido para que aceite uma determinação da ONU de que ambos os países se sentem para um diálogo. Os argentinos defendem que foram expulsos do local em 1833 e que a ocupação inglesa é ilegítima. 


Em 1982, na ditadura militar, a Argentina invadiu o arquipélago, dando início a um conflito que matou cerca de 900 mortos e terminou com a vitória do Reino Unido.

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